Resumo

O estudo consiste numa reflexão a respeito do significado do ato de caminhar, permitindo abordar a caminhada numa época contemporânea, detectando as representações dos indivíduos que caminham por trilhas brasileiras. Foram escolhidos três tipos de atores: trilheiros, roceiros e romeiros; pertencentes a dois grupos sociais: urbanos e roceiros. Dentre os últimos encontram-se os romeiros. Os trilheiros encontram-se entre o urbano. O que se tem em comum entre os atores é a utilização do caminhar para realizar suas atividades: ir trabalhar na roça, praticar a romaria e caminhar em ambientes naturais. O cenário do estudo foi o ponto de encontro onde os três sujeitos realizam suas atividades, ou seja, as trilhas que se interligam na Serra da Mantiqueira, especificamente nos distritos de: Monte Verde (MG), Joanópolis (SP) e São Francisco Xavier (SP). A metodologia adotada foi a Observação Participante, utilizando-se de instrumentos e procedimentos da área de Antropologia, muitas vezes recaindo numa abordagem antropológica. Da apresentação do trabalho consta: a história da abertura e utilização das trilhas brasileiras, a relação corpo-ambiente natural, a descrição geográfico-histórico-sócio-econômico-cultural da região escolhida, os personagens do estudo e o olhar do pesquisador. A realização da pesquisa permitiu chegar a algumas considerações (conclusões). O uso de uma mesma atividade humana difere em significado, em tempos e espaços diversos, existindo a representação individual e coletiva de acordo com o grupo social (de) onde a atividade se manifesta. É possível assim colocar que o ato de caminhar entre os roceiros se dá pelo trabalho, entre os romeiros pela devoção e entre os trilheiros pela busca de si e do lazer.

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