Resumo
16 3 2012
A prática de exercício de força tem sido recomendada como parte da terapêutica de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica. Sabe-se que a manipulação das variáveis que compõem a sessão de exercício de força pode influenciar nas respostas cardiovasculares pós-exercício, entretanto, até o momento, pouco se sabe sobre o efeito da exaustão na resposta da pressão arterial pós-exercício. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o efeito da realização do exercício de força até a exaustão muscular na resposta da pressão arterial até 24 horas pós-exercício em hipertensos. Treze mulheres hipertensas realizaram, aleatoriamente, três sessões experimentais: controle (SC), exercícios de força realizados até a fadiga moderada (FM) e exercícios de força realizados até a exaustão muscular (EX). As sessões de exercício de força foram compostas de uma série, em nove exercícios, com carga de 8-12 repetições máximas, com intervalo de dois minutos entre os exercícios. A fadiga moderada foi identificada pela redução da velocidade de movimento, e aexaustão muscular pela incapacidade de realizar o movimento correto e completo numa determinada carga. Em todas as sessões experimentais, o metrônomo foi utilizado para padronização da cadência dos exercícios. As pressões arteriais sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), e a frequência cardíaca (FC), foram medidas antes e nas 24 horas após as sessões experimentais por meio de um monitor ambulatorial da pressão arterial. Nenhuma diferença foi encontrada no comportamento das variáveis cardiovasculares até 24 horas pós-intervenção, nas três sessões experimentais (p>0,05). Os valores da PAS, PAM, PAD e FC foram similares entre todas as sessões experimentais no período de 24 horas, de vigília e de sono. A proporção de indivíduos com padrão dipper (descenso noturno da PA ≥10% em relação à de vigília) da PAS e PAD foi maior após a sessão FM (p=0,047 e p=0,042, respectivamente) em comparação à sessão EX. Como conclusão, os resultados deste estudo mostraram que o exercício de força até a exaustão muscular não exerce efeito nas respostas cardiovasculares pós-exercício em mulheres hipertensas. Além disso, o exercício até a fadiga moderada aumentou a proporção de indivíduos dipper, o que pode ser considerado um benefício cardiovascular. Assim, sugere-se que hipertensos realizem o exercício de força até a fadiga moderada.
Palavras-chave: Exercício; fadiga muscular; pressão arterial; hipertensão.