Resumo

O objetivo deste artigo foi problematizar a caracterização dos esportes de aventura a partir do caso da equipe de rafting Bozo D’água, um contraexemplo em relação à literatura pioneira sobre o tema. Parte de etnografia mais ampla, o presente texto analisa dez entrevistas cotejadas com observação de campo. Os resultados indicam que, ao contrário da prática de aventura caracterizada como participação não competitiva de lazer, o esporte de alto rendimento foi a alternativa para viabilizar a participação esportiva em atividade de aventura para praticantes de classes sociais baixas. Conclui-se que diferentes formas de apropriação e distintas versões do esporte de aventura variam conforme contexto e questões de classe e que o potencial das práticas de aventura, de colocar em circulação valores esportivos alternativos, perde espaço na medida em que as políticas públicas brasileiras priorizam o esporte de alto rendimento.

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