Resumo

A ansiedade competitiva é uma condição psicológica que envolve pensamentos e sensações de apreensão e preocupação em contexto esportivo. A ansiedade-estado foi considerada nesse estudo, devido a sua característica de manifestação nas competições, podendo interferir em diversos aspectos do desempenho, como na questão física, e nos desempenhos técnico e tático, devido a alterações cognitivas e fisiológicas causadas por esta condição. A ansiedade competitiva é composta por três dimensões, a ansiedade cognitiva, que se refere a pensamentos negativos, e que podem levar a sintomas como a perda de concentração; a ansiedade somática, que levam a efeitos fisiológicos como maior tensão muscular; e a autoconfiança, que faz referência a pensamentos de caráter positivo, levando a sintomas como a sensação de capacidade. Além das dimensões, a ansiedade competitiva apresenta diferentes dimensões de resposta: a intensidade, que é o nível de ansiedade percebido; a frequência, referente ao tempo gasto sob os efeitos da ansiedade; e a direção, que se refere a como os sintomas da ansiedade são interpretados. Tanto as dimensões, como as dimensões de resposta podem influenciar de forma positiva ou negativa o desempenho esportivo, sendo assim importante o entendimento sobre tais constructos. O objetivo do estudo foi comparar os níveis de ansiedade-estado competitiva em atletas de futebol feminino profissional e amador. Trata-se de um estudo transversal, em que um total de 41 atletas completou a versão Brasileira reduzida do Competitive State Anxiety Inventory 2 (CSAI-2R), estando estas agrupadas em dois grupos: profissional e amador. O grupo profissional foi composto por 19 atletas (Midade = 22,7 ± 4,27; Manos de treino 8,53 ± 3,399) de uma equipe que participava da principal liga nacional da modalidade. O grupo amador contou com 22 atletas (Midade = 19,6 ± 3,23; Manos de treino 5,04 ± 3,226), no qual a equipe participava de competições de nível regional. Os resultados demonstraram que as atletas profissionais apresentaram valores superiores às atletas amadoras nas dimensões de resposta intensidade (p = ,012), frequência (p = ,016) e direção (p = ,021) para a autoconfiança; resultados mais positivos na dimensão de resposta direção para a ansiedade total (p = ,009) e cognitiva (p = ,005); além de valores mais reduzidos para a dimensão de resposta frequência da ansiedade cognitiva (p = ,003). Também foram verificados valores maiores na idade (p = ,011) para o grupo profissional. Mulheres atletas profissionais apresentam maior autoconfiança, interpretação mais positiva dos estímulos da ansiedade e menor frequência de pensamentos referentes aos sinais da ansiedade competitiva.

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