Aplicabilidade do índice de Adiposidade Visceral (iav) Como Preditor de Gordura Visceral
Por Nadja Fernandes da Silva (Autor), Cláudia Porto Sabino Pinho (Autor), Alcides da Silva Diniz (Autor), Ilma Kruze Grande de Arruda (Autor), Ana Paula Dornelas Leão (Autor), Isa Galvão Rodrigues (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 24, 2022.
Resumo
Em razão de a obesidade ter alcançado proporções epidêmicas e dado ao atual reconhecimento da adiposidade central como um importante fator de risco cardiometabólico, diversos pesquisadores têm se dedicado em desenvolver e validar índices e equações preditivas para avaliar o Tecido Adiposo Visceral (TAV). Este estudo avaliou a aplicabilidade do Índice de Adiposidade Visceral (IAV) como preditor de risco cardiometabólico em indivíduos atendidos em um hospital no nordeste brasileiro. O TAV foi avaliado por tomografia computadorizada (TC) e o IAV foi calculado através de equações específicas para cada sexo. A amostra envolveu pacientes adultos e idosos de ambos os sexos acompanhados no ambulatório de cardiologia. Os seguintes parâmetros cardiometabólicos foram coletados: glicemia de jejum, hemoglobina glicada, perfil lipídico, proteína C-reativa e ácido úrico. Regressão linear simples foi empregada para avaliar o poder explicativo do IAV em relação ao volume de TAV determinado por TC. A capacidade preditiva do IAV em relação ao volume de TAV determinado pela TC foi de 25,8% (p=0,004) para o sexo masculino e 19,9% (p<0,001) para o sexo feminino. O IAV se correlacionou fortemente com as variáveis TG (r=0,916, p< 0,001) e TG/HDL (r=0,952, p<0,001) e inversamente com o HDL (r=-0,441, p<0,001), além disso, apresentou baixa correlação com as variáveis: circunferência abdominal, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade, glicemia de jejum e hemoglobina glicada (p<0,05). O IAV associou-se com variáveis consideradas fatores de risco cardiometabólico, porém exibiu baixa capacidade preditiva em relação ao volume de TAV determinado pela TC, sendo recomendada cautela em sua utilização em indivíduos brasileiros.