Resumo

Em razão de a obesidade ter alcançado proporções epidêmicas e dado ao atual reconhecimento da adiposidade central como um importante fator de risco cardiometabólico, diversos pesquisadores têm se dedicado em desenvolver e validar índices e equações preditivas para avaliar o Tecido Adiposo Visceral (TAV). Este estudo avaliou a aplicabilidade do Índice de Adiposidade Visceral (IAV) como preditor de risco cardiometabólico em indivíduos atendidos em um hospital no nordeste brasileiro. O TAV foi avaliado por tomografia computadorizada (TC) e o IAV foi calculado através de equações específicas para cada sexo. A amostra envolveu pacientes adultos e idosos de ambos os sexos acompanhados no ambulatório de cardiologia. Os seguintes parâmetros cardiometabólicos foram coletados: glicemia de jejum, hemoglobina glicada, perfil lipídico, proteína C-reativa e ácido úrico. Regressão linear simples foi empregada para avaliar o poder explicativo do IAV em relação ao volume de TAV determinado por TC. A capacidade preditiva do IAV em relação ao volume de TAV determinado pela TC foi de 25,8% (p=0,004) para o sexo masculino e 19,9% (p<0,001) para o sexo feminino. O IAV se correlacionou fortemente com as variáveis TG (r=0,916, p< 0,001) e TG/HDL (r=0,952, p<0,001) e inversamente com o HDL (r=-0,441, p<0,001), além disso, apresentou baixa correlação com as variáveis: circunferência abdominal, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade, glicemia de jejum e hemoglobina glicada (p<0,05). O IAV associou-se com variáveis consideradas fatores de risco cardiometabólico, porém exibiu baixa capacidade preditiva em relação ao volume de TAV determinado pela TC, sendo recomendada cautela em sua utilização em indivíduos brasileiros.

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