Resumo

INTRODUÇÃO: O índice de massa corporal (IMC) é amplamente utilizado por profissionais de saúde na avaliação do estado nutricional e do risco de mortalidade. No entanto, esse índice não fornece informações sobre a distribuição e a proporção da gordura corporal. OBJETIVO: Verificar a eficiência do IMC em identificar indivíduos com excesso de gordura corporal e com obesidade abdominal. MÉTODOS: A amostra constituiu-se de 98 homens com idade entre 20 e 58 anos. A avaliação antropométrica incluiu peso, altura, circunferência da cintura (CC) e do quadril. A composição corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica tetrapolar. RESULTADOS: A amostra foi predominantemente jovem, 50% dos indivíduos com idade entre 20 e 29 anos. O sobrepeso (IMC > 25kg/m2) e a obesidade abdominal (CC > 94cm) foram constatados em 36,7% e 18,4% dos homens avaliados, respectivamente. A circunferência da cintura foi a medida antropométrica que mais se correlacionou com o IMC (r = 0,884; p < 0,01) e com o percentual de gordura corporal (r = 0,779; p < 0,01). A sensibilidade do IMC, para diagnosticar indivíduos com circunferência da cintura, relação cintura-quadril (RCQ) e percentual de gordura corporal elevados, foi de 94,4%, 100% e 86,6%, respectivamente; isso demonstra a sua adequação para estudos populacionais com o objetivo de identificar indivíduos com obesidade abdominal e/ou excesso de gordura corporal. Entretanto, na avaliação individual, o IMC não foi adequado para esse mesmo diagnóstico devido aos baixos valores preditivos positivos encontrados: 47,2% para CC, 11,1% para RCQ e 36,1% para percentual de gordura corporal. A idade > 30 anos foi fator de risco para sobrepeso, obesidade abdominal e excesso de gordura corporal. CONCLUSÕES: Ressalta-se a importância da combinação do IMC e circunferência da cintura na avaliação do estado nutricional de homens adultos, já que a obesidade abdominal foi constatada também naqueles indivíduos que não foram diagnosticados como obesos pelo IMC.

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