Resumo

As pressões provocadas pelas exigências do esporte competitivo levam muitos atletas a excederem os limites de sua capacidade física e psicológica, acarretando a manifestação da síndrome do excesso de treinamento (overtraining). O intuito deste artigo de revisão é, a partir do material original, discutir o processo de validação do Perfil dos Estados de Humor-Adolescentes (POMS-A) para uso em adultos(1). Esse instrumento foi desenvolvido para permitir uma rápida mensuração dos estados de humor entre populações de adolescentes e adultos, já tendo sido demonstrada, em recentes pesquisas, sua eficácia no diagnóstico desses estados alterados pelo treinamento intensivo. O POMS-A foi administrado a atletas adultos de competição, atletas estudantes adultos, atletas adolescentes de competição e estudantes adolescentes. Um subgrupo de atletas estudantes adultos foi utilizado para testar a validade do critério do POMS-A. A análise do fator confirmatório deu suporte para a validade fatorial do modelo de 24 itens e seis fatores, usando ambas as análises: independente e amostras múltiplas. Relações entre os escores do POMS-A e medidas validadas previamente, que eram coerentes com fundamentações teóricas, sustentaram a validade do critério de medida. Evidências foram encontradas dando suporte à integridade psicométrica do POMS-A quando se estendeu de adolescentes para populações de adultos. Tais evidências sugerem que o POMS-A é um instrumento apropriado para avaliação de perfis do humor, além do que a brevidade do teste facilita a coleta de dados em ambientes de pesquisa. Pretende-se, em estudos posteriores, validar e aplicar o instrumento BRUMS (nome atual do POMS-A) na detecção da síndrome do excesso de treinamento em atletas brasileiros, para o que já existe autorização dos autores Terry, Lane e Fogarty(1).

Acessar