Resumo
Este estudo investigou o desenvolvimento motor de escolares com indicativo de TDC a partir da aplicação de um programa de intervenção motora. Participaram do estudo 14 escolares de ambos os sexos com idade de 10 a 11 anos, os quais foram distribuídos intencionalmente, sendo divididos em grupo experimental – G1 (n=7) e grupo controle – G2 (n=7). O delineamento experimental foi estabelecido em quatro fases: pré-teste, programa de intervenção motora, pós-teste e re-teste. Na fase de pré-teste, todos os participantes foram avaliados utilizando o teste motor MABC-2. A intervenção motora foi realizada durante 12 semanas com sessões de 45 minutos 3 vezes por semana. No pós-teste, foi avaliado o desenvolvimento motor de ambos os grupos. Sendo analisado no re-teste somente o G1. O estilo de vida foi analisado através do questionário EVIA adaptado por Torres e Gaya (1997). Para avaliar o estado nutricional foram utilizados o IMC e a massa corporal, conforme os dados de referência para crianças e adolescentes de 5 a 19 anos da OMS (2007), bem como os valores de escores-Z do IMC para a idade. O desempenho acadêmico foi avaliado com o Teste TDE (STEIN, 1994). Os dados foram analisados através do SPSS 13.0 for Windows. Sendo utilizada estatística descritiva para caracterização dos participantes quanto ao estilo de vida, estado nutricional e desempenho acadêmico. E estatística inferencial com o teste não paramétrico Wilcoxon para verificar o efeito do programa de intervenção motora e a manutenção das habilidades aprendidas no desenvolvimento motor dos escolares. Na comparação entre os grupos, foi evidenciada diferença significativa (p=≥0.05) nos escores totais do MABC-2 entre as médias para o G1 quando comparados ao G2 na fase de pós-teste. Os resultados confirmaram diferença significativa (p=≥0.05) ao verificar a manutenção do efeito da intervenção motora no grupo G1 entre o pós-teste e o reteste. Quanto ao estilo de vida, os escolares foram caracterizados com hábitos de vida sedentários. Ao verificar o estado nutricional, a frequência maior foi de obesidade para os meninos e eutrofia para as meninas. Quanto ao desempenho escolar, houve melhora significativa (p<0.05) após a intervenção. Conclui-se que houve melhoras significativas nas habilidades motoras dos escolares após o programa, confirmando a hipótese de que um programa de intervenção motora melhora o desenvolvimento motor de escolares com TDC. Quanto a reavaliação da retenção após os três meses, foi confirmado que não houve retenção das habilidades motoras aprendidas no programa interventivo