Resumo

A educação hoje apresenta-se como conteúdo de políticas públicas por ser reconhecida como um Direito Social. Sendo assim, ela deve ser oferecida/disponibilizada a todos os cidadãos, sendo dever do Estado disponibilizar as condições objetivas necessárias para que todos tenham acesso a ela. Com o reconhecimento por parte do Ministério da Educação da modalidade a distância de educação a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, o Estado brasileiro coloca-a na agenda do dia, a alçando como porta-voz de uma nova maneira de educar, na qual pessoas que não tinham condições financeiras ou de infraestrutura, passem a conseguir graças a ela. E é exatamente ao que tange à universalização do acesso ao estudo via EaD que esta pesquisa se propõe a investigar, uma vez que organizações multilaterais passam a se interessar pela temática, agindo para colocar a educação de nível superior principalmente, no campo dos "serviços", ou seja, tratando a educação como uma mercadoria geradora de lucro. Assim, entendendo a crítica como uma maneira de transpor os limites impostos na materialidade histórica, esta pesquisa se circunscreveu na tentativa de identificar os interesses envolvidos na popularização da modalidade a distância de educação. Ao final, pudemos observar que nesse jogo de representatividade, há tanto o interesse e o compromisso dos que buscam a construção de uma educação de qualidade, quanto o interesse ideológico daqueles que a enxergam como possibilidade de obtenção do lucro. 

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