Resumo

Grande parte dos estudiosos da capoeira insiste na tese de que o Estado de São Paulo só conheceu essa manifestação afro-brasileira a partir de meados do século XX, quando capoeiristas baianos como Mestre Ananias, Mestre Esdras Santos, Mestre Suassuna e outros fundaram seus grupos e academias na capital paulista.

                     À luz da análise de documentos e pela analogia dos fatos históricos essa afirmação parece insustentável. Primeiro, porque o número de escravos negros no Estado de São Paulo foi relevante, especialmente nos séculos XVIII e XIX. Segundo, é fato notório e conhecido que após a proibição do tráfico negreiro (que coincide com a expansão cafeeira) a mão-de-obra escrava da lavoura paulista será buscada na importação do escravo de outras regiões brasileiras em que o ciclo econômico esteja em decadência, como foi o caso da cultura açucareira do nordeste e a exploração de minérios em Minas Gerais[1].

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