Resumo

Os projetos humanos contemporâneos não se coadunam com as práticas escolares que ainda temos, carecem de um novo sistema ético e de uma matriz axiológica clara, baseada no saber cuidar e conviver. Requerem que abandonemos estereótipos e preconceitos, exigem que se transforme uma escola obsoleta numa escola que a todos e a cada qual dê oportunidades de ser e de aprender.

Diz-nos Maturana que a educação acontece na convivência, de maneira recíproca entre os que convivem. Se a modernidade tende a remeter-nos para uma ética individualista, nunca será demais falar de convivência, diálogo e participação, enquanto condições de aprendizagem. A Escola é produto histórico de uma época e de necessidades sociais da modernidade. Entre o século XVIII e o século XIX, cumpriu expectativas e desígnios nela depositados. Depois, perdeu-se em atalhos cartesianos ou economicistas... Hoje, a Sociedade e a Escola são arquipélagos de solidões.

A escola como núcleo de aprendizagens, segregada do todo social e separada da vida – a vida, que deveria ser constituinte de sua prática e de suas propostas –, representa hoje uma ideia ultrapassada e insuficiente para as demandas que lhe cabem.

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