Resumo
O fenômeno da Equivalência entre estímulos tem despertado interesse no campo da Análise do Comportamento, no que diz respeito aos processos básicos de aprendizagem, pensamento, linguagem. A compreensão dos pré-requisitos para a ocorrência da equivalência vem contribuindo para o desenvolvimento de procedimentos eficazes para promover a aquisição de relações emergentes em situações educacionais. O procedimento utilizado para verificar a ocorrência da equivalência é o de pareamento arbitrário com o modelo (matching-to-sample). Este paradigma tem sido utilizado no ensino de crianças com problemas de aprendizagem e retardo mental, para o desenvolvimento de habilidades específicas. Muitos fatores, no entanto, tem sido estudados como importantes variáveis que podem afetar a formação de classes de equivalência e a transferência de funções entre estímulos. Dentre esses fatores está a estrutura das relações condicionais ensinadas ao sujeito. Um dos aspectos desta estrutura é a distância nodal. A distância nodal entre dois estímulos é o número de nódulos intermediários na relação entre estes estímulos, sendo um nódulo definido como um estímulo relacionado a dois outros estímulos. Dois experimentos foram realizados para verificar o efeito da distância nodal sobre a formação de classes de estímulos equivalentes e transferência de funções discriminativas. Participaram do Experimento 1 quatro crianças com problemas de aprendizagem e do Experimento 2, participaram oito crianças pertencentes a uma Instituição para menores carentes, também com história de fracasso escolar. Houve diferenças de método nos dois experimentos. Todos os sujeitos, de ambos os experimentos, aprenderam uma discriminação simultânea simples entre os estímulos A1 (S+) e A2 (S-). Eles aprenderam uma série de relações de pareamento com o modelo, cada um envolvendo três estímulos modelo e três estímulos de comparação. Para um grupo, as relações de pareamento, envolveram uma série de nódulos em cadeia, estrutura E. Para o outro grupo um único conjunto de D e D C, C B, B multinodal: A estímulos modelo foi relacionado a múltiplos comparações, numa estrutura E, de modo que não houve variação na D e A C, A B, A uninodal: A distância nodal. Os resultados do Experimento 1, mostraram que nenhum dos sujeitos demonstrou formação de equivalência e transferência de funções discriminativas, tanto quando submetidos à estrutura de treino uninodal, quanto à estrutura multinodal. Os resultados do Experimento 2, mostrou que para o grupo em que não houve variação na distância nodal (uninodal), todos os sujeitos apresentaram transferência de funções discriminativas e formação de classes de equivalência. O mesmo não ocorreu para os sujeitos do grupo de treino multinodal. Nenhum dos sujeitos deste grupo apresentou qualquer evidência de transferência de funções discriminativas nem indícios de formação de classes de equivalência. Desta forma a estrutura de treino uni-nodal, favoreceu a formação de classes de equivalência e transferência de funções discriminativas para os sujeitos deste grupo.