Aprendizagem Motora da Habilidade de Toque no Voleibol
Por Victor Hugo Alves Okazaki (Autor), Fábio Heitor Alves Okazaki (Autor), Gerson de Oliveira Amorim (Autor), Luis Teixeira (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A habilidade de toque é um dos fundamentos mais importantes no voleibol. Todavia,
poucos estudos procuraram analisar a aprendizagem desta habilidade na etapa da
iniciação desportiva. A análise da aprendizagem do toque no voleibol pode
proporcionar um melhor entendimento das variáveis que determinam a performance
habilidosa. Este estudo objetivou analisar a aprendizagem da habilidade motora de
toque no voleibol. Três crianças (8 ± 0,1 anos; 1,34 ± 0,1 m; 35,2 ± 3,2 kg), sem
experiência com o voleibol, foram analisadas cinematicamente (2D, 100Hz, no plano
coronal) desempenhando o toque no voleibol. Um modelo biomecânico (4 pontos
definindo 3 segmentos) forneceu os deslocamentos e velocidades angulares da
articulação do ombro e cotovelo. As imagens foram digitalizadas através de um
software específico de análise de movimento (Dgeeme). Um filtro recursivo de
segunda ordem do tipo butterworth (10Hz) foi utilizado para atenuar o ruído no
sinal. Para reduzir a variablidade inter- e intra-individual, a freqüência de amostragem
foi normalizada (100%) através de uma função spline. A raiz quadrada do erro
médio foi calculada para representar um índice de variabilidade de movimento. As
análises estatísticas foram realizadas através do software STATISTICA® com o
nível de significância de p<0,05. As crianças foram analisadas no pré-teste e seis
meses após um período de prática (2 vezes por semana - 1h) no pós-teste. O período
de prática não demonstrou ser suficiente para que fosse estabelecida uma simetria
no perfil do deslocamento angular entre o membro direito e esquerdo. A posição
inicial dos membros não demonstrou ser o fator mais importante na performance
do toque, mas sim os instantes próximos, e durante, o contato da mão com a bola.
O tempo relativo em que a maior velocidade angular das articulações aconteceu
demonstrou ser essencial na performance do toque no voleibol. As articulações
distais apresentaram maior influência e alterações com a prática na aprendizagem
sobre a performance do toque, comparado às articulações proximais. A formação
de sinergias funcionais e a restrição numa das articulações (para reduzir a demanda
no controle do sistema nervoso central) foram propostos para explicar o
comportamento diferenciado na aprendizagem entre o membro esquerdo e direito