Resumo

Dois estudos foram conduzidos para investigar alguns aspectos relacionados com a formação de classes de estímulos equivalentes. No Estudo I, buscou-se responder a duas questões: a) Arranjos de treino envolvendo duas discriminações condicionais em que os estímulos nodais funcionam como modelos para ambas são mais eficientes na formação de classes de estímulos visuais do que arranjos em que os estímulos nodais funcionam como comparações de uma discriminação e modelos da outra? b) A natureza do estímulo nodal (visual vs. auditivo) tem efeitos sobre a formação de classes equivalentes? Participaram deste estudo três sujeitos, um adolescente e uma criança com história de repetência na primeira série do primeiro grau e um adolescente portador de deficiência mental. Cada sujeito foi exposto a três arranjos de treino. Em seguida ao treino das discriminações condicionais de cada arranjo foram apresentados testes de equivalência. O Arranjo 1 era composto por estímulos visuais e os estímulos nodais funcionavam como comparações de uma discriminação C). O Arranjo 2 também era formado por B visual e modelos da outra (A estímulos visuais, porém os estímulos nodais funcionavam como modelos para ambas C). Já no Arranjo 3, os estímulos nodais eram A visual as discriminações (B  A auditivo auditivos - palavras sem sentido ditadas pelo experimentador - (B C). O número de apresentações de cada arranjo variou entre os sujeitos. Nenhum dos sujeitos demonstrou formação de classes equivalentes após o treino com o Arranjo 1. Com dois sujeitos foram observados sinais de formação de classes após o treino com o Arranjo 2. Um dos sujeitos, entretanto, só demonstrou equivalência após o treino com o Arranjo 3. O Estudo II teve como objetivos estender os resultados do Estudo I, quanto à segunda questão e verificar os efeitos do treino de nomeação sobre a formação de classes de estímulos. Participaram deste estudo dois adultos portadores de deficiência mental. Cada sujeito foi exposto a uma seqüência de treino envolvendo os Arranjos 2 e 3. Para um dos sujeitos houve formação gradual das classes ao longo dos testes e as classes se formavam mais rapidamente em cada novo arranjo apresentado. O outro sujeito não apresentou formação de classes de estímulos em nenhum dos arranjos de treino. Foi ensinado, a esse sujeito, nomear os estímulos de comparação com palavras sem sentido a eles relacionadas. Esta resposta não se manteve na fase de teste e não houve formação de classes. Com este sujeito só foi observada a formação de classes equivalentes quando ele foi instruído a nomear os estímulos imediatamente antes do teste. Os resultados dos estudos relatados aqui sugerem que a emergência de classes de estímulos pode ser facilitada pelo treino de nomeação e pela formação de um "learning set" ao longo das apresentações dos arranjos de treino.

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