Aptidão cardiorrespiratória e pressão arterial em adultos: evidência de modificação de efeito pelo sexo em dois testes de VO2 Max
Por Jane Ferreira da Silva (Autor), Yoná Geny Costa de Sena (Autor), Victor José Bastos-Silva (Autor), Gerfeson Mendonça (Autor), Carlos Rafaell Correia-Oliveira (Autor), Ralmony de Alcantara Santos (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A atividade física contribui para a modulação da pressão arterial. Entretanto, a relação entre capacidade aeróbia e níveis pressóricos permanece inconsistente, sobretudo quando analisada segundo o sexo. Objetivo: Investigar a associação entre pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) e a aptidão cardiorrespiratória (VO?) em adultos considerando as possíveis modificações de efeito pelo sexo. Métodos: Estudo transversal com 206 adultos (136 homens, 70 mulheres) e idade média de 28,8 ± 9,7 anos. A aptidão cardiorrespiratória foi estimada pelos testes de Cooper e Beep Test. A pressão arterial foi aferida conforme diretrizes da American Heart Association (repouso de 5 minutos, três medidas, média dos valores). Foram ajustados modelos de regressão linear (idade, índice de massa corporal - IMC e atividade física habitual) estratificados por sexo e combinados por suest com erros-padrão robustos. O coeficiente β representa a variação da PA (mmHg) por 1 DP de VO2. Análises realizadas no Stata 14 e significância estatística de <5%. Resultados: A maioria dos participantes apresentou PA normal (PAS: 81,9%; PAD: 88,3%), com 44,4% classificados com peso normal e 91,3% relatando praticar atividade física. A regressão linear ajustada identificou no teste de Cooper, associação entre VO2 e menor PAD (β = -0,30; p = 0,006) e PAM (β = -0,24; p = 0,037) nas mulheres. Já no Beep Test, verificou-se uma associação positiva entre VO2 e PAS nas mulheres (β = 0,86; p = 0,012) e negativa para PAD (β = -0,22; p = 0,024) nos homens. As análises revelaram interações sexo-específicas significativas entre a aptidão cardiorrespiratória e a pressão arterial, mesmo controle por fatores de confusão. Conclusão: o impacto da aptidão cardiorrespiratória sobre a hemodinâmica difere segundo o tipo de teste e sexo, mesmo após controle por idade, IMC, prática de atividade física.