Aptidão cardiorrespiratória, imc-escore z, pressão arterial e comportamento sedentário em meninas de educação em tempo integral e parcial
Por Lilian Messias Sampaio Brito (Autor), Neiva Leite (Autor), Jorge Mota (Autor), Monica Nunes Lima Cat (Autor), Margaret Cristina da Silva Boguszewsk (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O comportamento sedentário (CS) pode comprometer a saúde e está associado à insegurança nas grandes cidades, diminuição dos espaços de lazer e uso excessivo da tecnologia. O CS faz parte do dia-a-dia das crianças e adolescentes, sendo que, em geral, atinge maior proporção no sexo feminino. OBJETIVO: Analisar as modificações antropométricas, pressóricas arteriais, consumo máximo de oxigênio (VO2max) e CS no início do ano e após seis meses, em meninas que frequentavam a educação em tempo integral (ETI). MÉTODOS: Estudo observacional realizado de março e setembro de 2014, em que foram acompanhadas 114 meninas de ETI, idade média de 13,1 ± 0,99 anos no início do ano. Na fase inicial (FI) e após 6 meses (F6m) foram coletados os dados de peso, estatura, circunferência abdominal (CA), PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD). Calculou-se o IMC-escoreZ. Foi aplicado o questionário 3-Day Physical Activity Recall para estimar o tempo em AF moderada a vigorosa e o tempo de tela. O VO2max foi estimado pela aplicação do teste de Léger. Foi considerado CS as meninas que não atingissem 300 min/semana de AF moderada a vigorosa e relatasse ≥ 2 h/dia de tempo de tela. Para análise estatística dos dados utilizou-se estatística básica descritiva, testes t de student, de Wilcoxon e Qui-quadrado de Pearson. RESULTADOS: No total da amostra, os valores médios de VO2max aumentaram após seis meses de acompanhamento (FI = 43,54 vs. F6m = 48,25 ml/kg/min, p < 0,02). Houve redução significativa (p < 0,001) nos valores de PAS (FI = 113,4 vs. F6m = 107,1 mmHg), PAD (FI = 71,0 vs. F6m = 66,7 mmHg) e IMC-escoreZ (FI = 0,18 vs. F6m = -0,30), entretanto os valores médios de CA não apresentaram alterações neste período. Em relação às meninas que apresentavam CS na FI, 11,7% das meninas permaneceram com CS e 47% modificaram o CS para comportamento ativo após seis meses, aumentando os níveis de AF e redução do tempo de tela (p < 0,001). Na comparação entre as meninas CS e comportamento ativo, não houve diferenças nas variáveis antropométricas, pressóricas e VO2max, tanto na FI como na F6m. CONCLUSÃO: Após seis meses de acompanhamento constataram-se modificações positivas em relação à saúde, demonstradas pelo aumento da aptidão cardiorrespiratória, redução de PA e IMC-escoreZ, bem como maior proporção de comportamento ativo, fatores que representam perfil de saúde mais adequado.