Resumo

O comportamento sedentário (CS) pode comprometer a saúde e está associado à insegurança nas grandes cidades, diminuição dos espaços de lazer e uso excessivo da tecnologia. O CS faz parte do dia-a-dia das crianças e adolescentes, sendo que, em geral, atinge maior proporção no sexo feminino. OBJETIVO: Analisar as modificações antropométricas, pressóricas arteriais, consumo máximo de oxigênio (VO2max) e CS no início do ano e após seis meses, em meninas que frequentavam a educação em tempo integral (ETI). MÉTODOS: Estudo observacional realizado de março e setembro de 2014, em que foram acompanhadas 114 meninas de ETI, idade média de 13,1 ± 0,99 anos no início do ano. Na fase inicial (FI) e após 6 meses (F6m) foram coletados os dados de peso, estatura, circunferência abdominal (CA), PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD). Calculou-se o IMC-escoreZ. Foi aplicado o questionário 3-Day Physical Activity Recall para estimar o tempo em AF moderada a vigorosa e o tempo de tela. O VO2max foi estimado pela aplicação do teste de Léger. Foi considerado CS as meninas que não atingissem 300 min/semana de AF moderada a vigorosa e relatasse ≥ 2 h/dia de tempo de tela. Para análise estatística dos dados utilizou-se estatística básica descritiva, testes t de student, de Wilcoxon e Qui-quadrado de Pearson. RESULTADOS: No total da amostra, os valores médios de VO2max aumentaram após seis meses de acompanhamento (FI = 43,54 vs. F6m = 48,25 ml/kg/min, p < 0,02). Houve redução significativa (p < 0,001) nos valores de PAS (FI = 113,4 vs. F6m = 107,1 mmHg), PAD (FI = 71,0 vs. F6m = 66,7 mmHg) e IMC-escoreZ (FI = 0,18 vs. F6m = -0,30), entretanto os valores médios de CA não apresentaram alterações neste período. Em relação às meninas que apresentavam CS na FI, 11,7% das meninas permaneceram com CS e 47% modificaram o CS para comportamento ativo após seis meses, aumentando os níveis de AF e redução do tempo de tela (p < 0,001). Na comparação entre as meninas CS e comportamento ativo, não houve diferenças nas variáveis antropométricas, pressóricas e VO2max, tanto na FI como na F6m. CONCLUSÃO: Após seis meses de acompanhamento constataram-se modificações positivas em relação à saúde, demonstradas pelo aumento da aptidão cardiorrespiratória, redução de PA e IMC-escoreZ, bem como maior proporção de comportamento ativo, fatores que representam perfil de saúde mais adequado.

Acessar