Resumo

INTRODUÇÃO: A lombalgia crônica é uma das principais queixas de dor musculoesquelética em todo o mundo, podendo estar associada a sensibilização central. O comportamento da capacidade física dos pacientes com lombalgia e sensibilização central é pouco conhecido. OBJETIVO: Avaliar a capacidade física de pacientes com lombalgia de acordo com o risco de sensibilização central. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, que contou com 92 indivíduos divididos em dois grupos de acordo com o risco de sensibilização central. Os pacientes foram avaliados quanto a capacidade física por meio do teste de caminhada de seis minutos, teste time up and go, teste de sentar e levantar e testes de endurance de flexores, extensores e flexores laterais do tronco. Além disso, foram utilizados os questionários para incapacidade, cinesiofobia, catastrofização da dor e qualidade de vida. A comparação entre os grupos foi realizada utilizando teste T independente ou U-Mann Whitney de acordo com a normalidade, e Qui quadrado para dados categóricos. RESULTADOS: O grupo com maior risco de sensibilização central apresentou pior desempenho para os testes de caminhada de seis minutos (U=1248; p<0,001), sentar levantar (t(83)=3,63; p<0,001) e time up and go (t(83)= -4,46; p<0,001). De forma semelhante, a endurance de flexores laterais do tronco direito (U=1453,5; p=0,002), esquerdo (U=1467; p=0,003) e extensores do tronco (U=1546; p=0,003) foi pior. Incapacidade (U=1272; p<0,001), cinesiofobia para atividade física (t(83)=-2,21; p=0,03) cinesiofobia para trabalho (U=1452; p<0,001), catastrofização da dor (t(77,57)=-5,03; p<0,001) foram maiores para o grupo com maior risco de sensibilização central, e a qualidade de vida apresentou piores indicadores para todos os domínios: mobilidade (X2(1)=12,92; p<0,001), cuidados pessoais (X2(1)=16,3; p=0,012), atividades habituais (X2(2)=14,14; p=0,001), dor (X2(2)=27,79; p<0,001), ansiedade e depressão (X2(2)=15,05; p=0,001). CONCLUSÃO: Pacientes com maiores riscos de sensibilização central apresentam menor desempenho nos testes funcionais, maiores níveis de incapacidade, cinesiofobia, catastrofização da dor e pior qualidade de vida quando comparados àqueles com menor risco de sensibilização central.

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