Resumo

INTRODUÇÃO: Semestralmente, militares da Força Aérea Brasileira são submetidos à aplicação do Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF), constituído por testes de flexibilidade, força, resistência e composição corporal (BRASIL, 2011), cujo objetivo é verificar suas condições físicas e de saúde. O TACF possibilita verificar a consecução do Padrão Mínimo de Desempenho (PMD) exigido de todos os militares, e o Padrão Específico de Desempenho (PED), que leva em consideração as demandas de capacitação física de cada atividade militar de caráter operacional. Assim, objetivou-se verificar o estado nutricional e a aptidão física dos militares pertencentes ao último terço da carreira (acima de 20 anos de profissão) e comparar os resultados com a literatura especializada. METODOLOGIA: Para o estudo considerou-se os resultados das avaliações feitas no segundo semestre de 2014. Participaram 718 militares (77 mulheres; 641 homens), com 50 a 65 anos, a maioria (90,3%) entre 50 a 53 anos. Considerou-se as variáveis: idade (anos); massa corporal (Kg); estatura (cm); IMC (kg/m2); perímetro da cintura (cm); flexão de braços (máximo de repetições sem tempo determinado) e abdominal (máximo de repetições em um minuto); e o teste de corrida ou marcha de 12 minutos. Para a análise dos dados foram utilizadas estatísticas descritivas utilizando-se o programa SPSS®. RESULTADOS: Os resultados médios foram: idade 51,52±1,79 anos; massa corporal 80,96±13,36 Kg; estatura 172,83±7,33 cm; IMC 27,04±3,74 Kg/m2; perímetro de cintura 89,82±10,31 cm; flexão de braços 22,02±8,78 repetições; abdominal 32,00±10,56 repetições e 2.094,09±302,64 metros no teste de corrida ou marcha de 12 minutos. O grupo apresentou resultado “excelente” nos testes de flexão de braços e abdominal e “bom” no teste de corrida ou caminhada de 12 minutos (POLLOCK & WILMORE, 1993) indicando que estão mantendo-se fisicamente ativos conforme exigência da profissão. Quanto ao IMC o grupo classifica-se como pré-obeso; para perímetro de cintura encontra-se abaixo do valor considerado como “risco elevado” (OMS, 2000), porém, muito próximo deste. Assim, infere-se que a amostra apresenta risco aumentado para morbidades, demandando medidas de prevenção para doenças crônicas numa população da qual se espera alto nível de preparação o ano todo (BRASIL, 2012). Um dos efeitos do processo do envelhecimento refere-se à diminuição do nível de atividade física; este último, em idosos, é um preditor de mortalidade, independentemente da adiposidade abdominal ou total (SUI et al., 2007). Assim, embora não se tenha informação objetiva sobre a prática de exercícios nesse grupo, trata-se de uma imposição característica da carreira militar, refletindo-se em manutenção de níveis adequados de funcionalidade na meia idade. CONCLUSÃO: O grupo apresentou resultados de aptidão física compatíveis com o esperado para a idade e função profissional que exercem. São necessárias medidas preventivas diante do quadro de pré-obesidade constatado, que pode impactar negativamente na prontidão profissional exigida pela atividade militar.

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