Aptidão Física de Militares de Meia Idade do Comando da Aeronáutica
Por Leonice Parecida Doimo (Autor), Alexander Barreiros Cardoso Bomfim (Autor), Eliane Aparecida Castro (Autor), Helder Guerra de Resende (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: Semestralmente, militares da Força Aérea Brasileira são submetidos à aplicação do Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF), constituído por testes de flexibilidade, força, resistência e composição corporal (BRASIL, 2011), cujo objetivo é verificar suas condições físicas e de saúde. O TACF possibilita verificar a consecução do Padrão Mínimo de Desempenho (PMD) exigido de todos os militares, e o Padrão Específico de Desempenho (PED), que leva em consideração as demandas de capacitação física de cada atividade militar de caráter operacional. Assim, objetivou-se verificar o estado nutricional e a aptidão física dos militares pertencentes ao último terço da carreira (acima de 20 anos de profissão) e comparar os resultados com a literatura especializada. METODOLOGIA: Para o estudo considerou-se os resultados das avaliações feitas no segundo semestre de 2014. Participaram 718 militares (77 mulheres; 641 homens), com 50 a 65 anos, a maioria (90,3%) entre 50 a 53 anos. Considerou-se as variáveis: idade (anos); massa corporal (Kg); estatura (cm); IMC (kg/m2); perímetro da cintura (cm); flexão de braços (máximo de repetições sem tempo determinado) e abdominal (máximo de repetições em um minuto); e o teste de corrida ou marcha de 12 minutos. Para a análise dos dados foram utilizadas estatísticas descritivas utilizando-se o programa SPSS®. RESULTADOS: Os resultados médios foram: idade 51,52±1,79 anos; massa corporal 80,96±13,36 Kg; estatura 172,83±7,33 cm; IMC 27,04±3,74 Kg/m2; perímetro de cintura 89,82±10,31 cm; flexão de braços 22,02±8,78 repetições; abdominal 32,00±10,56 repetições e 2.094,09±302,64 metros no teste de corrida ou marcha de 12 minutos. O grupo apresentou resultado “excelente” nos testes de flexão de braços e abdominal e “bom” no teste de corrida ou caminhada de 12 minutos (POLLOCK & WILMORE, 1993) indicando que estão mantendo-se fisicamente ativos conforme exigência da profissão. Quanto ao IMC o grupo classifica-se como pré-obeso; para perímetro de cintura encontra-se abaixo do valor considerado como “risco elevado” (OMS, 2000), porém, muito próximo deste. Assim, infere-se que a amostra apresenta risco aumentado para morbidades, demandando medidas de prevenção para doenças crônicas numa população da qual se espera alto nível de preparação o ano todo (BRASIL, 2012). Um dos efeitos do processo do envelhecimento refere-se à diminuição do nível de atividade física; este último, em idosos, é um preditor de mortalidade, independentemente da adiposidade abdominal ou total (SUI et al., 2007). Assim, embora não se tenha informação objetiva sobre a prática de exercícios nesse grupo, trata-se de uma imposição característica da carreira militar, refletindo-se em manutenção de níveis adequados de funcionalidade na meia idade. CONCLUSÃO: O grupo apresentou resultados de aptidão física compatíveis com o esperado para a idade e função profissional que exercem. São necessárias medidas preventivas diante do quadro de pré-obesidade constatado, que pode impactar negativamente na prontidão profissional exigida pela atividade militar.