Resumo

O presente estudo analisa a aptidão física relacionada à saúde (AFRS) dos adolescentes participantes das Vilas Olímpicas (VO) de Fortaleza, Ceará de acordo com sexo, faixa etária e tempo de participação no programa. É um estudo transversal analítico com amostra representativa e aleatória de 344 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 11 e 16 anos. A massa e estatura corporal foram medidas para cálculo do índice de massa corporal (IMC). Para avaliar AFRS foram medidas flexibilidade, força/resistência muscular (FRM) e aptidão cardiorrespiratória (ApC) utilizando o protocolo do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). A análise estatística descritiva foi utilizada, seguida de teste t de student, ANOVA "one-way" e regressão logística binária. Dos participantes, 15,1% não atingiu os critérios mínimos para IMC; 28,2% para flexibilidade; 32,6% para FRM e 45,6% para ApC, com influência significativa do sexo e faixa etária. Meninos apresentaram maior dificuldade em atender os critérios de flexibilidade (χ2 = 5,96; p < 0,01) e FRM (χ2 = 12,33; p < 0,001); e o grupo mais velho apresentou maior dificuldade em atender os critérios para FRM (χ2 = 5,74; p < 0,05). Adolescentes que participam há mais tempo das VO tendem a apresentar, de forma não significativa, maiores chances de atingir níveis desejados para flexibilidade (RC = 1,23; IC95%: 0,65-2,33) e ApC (RC = 1,35; IC95%: 0,77-2,36) e menores chances para IMC (RC = 0,43; IC95%: 0,17-1,08) que os que participam há menos tempo. Adolescentes participantes das VO apresentam elevada prevalência de inaptidão física com algumas diferenças significativas por sexo e faixa etária, mas sem diferença significativa por tempo de participação no programa. Estes resultados indicam a necessidade de reflexão, principalmente por parte dos profissionais da educação física, a respeito das estratégias adotadas nos projetos esportivos para otimizar a promoção de melhoras efetivas na AFRS da população.

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