Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a aptidão física relacionada à saúde e a qualidade de vida de praticantes de lutas, artes marciais e modalidades de combate da cidade de São Paulo. Foram avaliados 965 indivíduos adultos do sexo masculino, praticantes das cinco modalidades mais populares no Brasil, por meio de bateria de avaliação da aptidão física (índice de massa corporal (IMC), relação cintura quadril (RCQ), percentual de gordura (%G), consumo máximo de oxigênio (VO2máx), força muscular, resistência muscular e flexibilidade) e pelo questionário abreviado de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL- bref). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, da Análise de Correspondência, Análise de Variância e Correlação de Pearson, sendo que, para todas as análises foi utilizado o nível de significância de 5%. Segundo os critérios de aptidão física relacionada à saúde, propostos pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (2006), os praticantes avaliados apresentaram IMC classificado como sobrepeso (caratê, jiu-jitsu e judô) e normal (kung-fu e taekwondo); RCQ de risco moderado para todos os grupos; %G médio para todos os grupos; VO2máx acima da média (caratê e kung-fu) e bem acima da média (jiu-jitsu, judô e taekwondo); força muscular abaixo da média em todas as modalidades, exceto no caso do kung-fu, com classificação precária; resistência muscular acima da média em todos os grupos; flexibilidade média em todos os grupos. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes quanto ao IMC, com o grupo kung-fu apresentando valores inferiores ao caratê e ao judô e o grupo jiu-jitsu apresentando valores maiores que o caratê, kung-fu e taekwondo. Em relação ao VO2máx estimado, o grupo kungfu apresentou valor menor que os grupos jiu-jitsu e judô. Quanto à resistência muscular, o grupo jiu-jitsu apresentou valor superior aos grupos taekwondo e judô, sendo que este último apresentou valor inferior ao grupo kung-fu. Para a flexibilidade, o grupo jiu-jitsu apresentou valor inferior aos grupos caratê, taekwondo e kung-fu, sendo que este último apresentou superioridade em relação ao grupo judô. A qualidade de vida foi igual entre os grupos e todos apresentaram resultados superiores aos valores normativos nos quatro domínios para homens adultos brasileiros. As correlações entre aptidão física e os domínios de qualidade de vida foram significantes, porém muito baixas. Com base nos achados do presente estudo é possível concluir que a prática das diferentes atividades investigadas provavelmente está associada com boa qualidade de vida e aptidão física relacionada à saúde acima da média, exceto no que se refere à força muscular.