Resumo
21/05/2015
A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurológica de caráter crônica, lenta, degenerativa e progressiva dos neurônios da substância negra. A DP apresenta alterações que afetam a motricidade e a qualidade de vida dos pacientes. A avaliação da aptidão motora e da qualidade de vida pode permitir melhor compreensão da doença, orientação dos pacientes quanto aos déficits motores e realização de intervenções baseadas em evidências mais concretas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar a Aptidão Motora e a qualidade de vida de idosos com doença de Parkinson da Grande Florianópolis-SC. O desenho metodológico deste estudo foi caracterizado como um estudo descritivo-correlacional, de campo e transversal. A amostra foi composta por 43 idosos com diagnóstico de DP (20 homens e 23 mulheres), com idades compreendidas entre 60 e 85 anos, com média de idade de 69,8 anos (7,2± DP) anos e tempo de diagnóstico médico de 1 a 30 anos. Foram utilizados dois instrumentos para a população alvo, neste caso, a Escala Motora para a Terceira Idade (EMTI) e o questionário de avaliação da Qualidade de Vida (Parkinson Disease Questionary-39 - PDQ-39), que foram aplicados diretamente na realidade dos sujeitos envolvidos. Os dados foram tratados por meio de estatística descritiva, utilizando-se de média e desvio-padrão; e por meio de estatística inferencial, utilizando-se os testes t e de Spearman. Foi adotada significância de p <0,05. Os dados empíricos deste estudo foram sistematizados em dois capítulos diferentes, apresentados sob a forma de artigos. Deste modo, com base nos achados empíricos do capítulo 3, permitem afirmar que a classificação da Aptidão Motora Geral dos idosos com Parkinson apresentou resultados no nível Muito Inferior; que o maior prejuízo motor está relacionado à motricidade global e equilíbrio com pontuações mais baixas, indicando classificação Muito Inferior; que os domínios mais afetados da QV foram mobilidade (44,2), desconforto corporal (37,7) e atividades de vida diárias (35,8), sendo que os homens possuem pior percepção da Qualidade de Vida nos domínios da Mobilidade (43,2), das Atividades de Vida Diárias (43,7) e do Desconforto Corporal (39,9), e as mulheres nos domínios da Mobilidade (45,1), do Desconforto Corporal (35,8) e do comprometimento cognitivo (31,4). Os resultados empíricos do capítulo 4 demonstraram relações estatisticamente significativas entre o PDQ-39 e a Motricidade Fina, Motricidade Global, Equilíbrio e Organização Espacial da Aptidão Motora. Portanto, com base nos achados , pode-se sugerir que foi possível detectar os maiores déficits nas áreas avaliadas e orientar quanto à prática de exercícios físicos e atividades que poderiam retardar o progresso da DP e consequentemente melhorar a qualidade de vida.