Resumo

Resumo: Objetivo geral: Analisar a relação entre indicadores da aptidão muscular (IAM) na infância e na adolescência e indicadores de saúde óssea (ISO) na idade adulta. Métodos: Participaram do estudo 148 adultos saudáveis (75 homens e 73 mulheres; 22,3±1,7 anos) que continham dados anteriores em idades entre 6 e 12 anos. Foram realizadas as seguintes medidas, da infância (aos 9, 10, 11 e 12 anos) à idade adulta (22 anos), totalizando cinco momentos: estatura e massa corporal; IAM: preensão manual membro dominante (PMD), salto em distância parado (SD), abdominal, escore AM (escore z de PMD+SD+abdominal). Na idade adulta, foram obtidos os ISO, sendo densidade mineral óssea (DMO) do corpo total, braços, pernas, tronco, colo femural direito e L1-L4, estimados por DXA (Lunar DPX-NT). Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva para caracterização da amostra, os testes t de Student, U de Mann-Whitney e ANCOVA com post hoc de Sidak para comparações, trajetória baseada em grupos para identificação das trajetórias desenvolvimentais dos IAM, regressão linear múltipla para a relação entre IAM na infância e DMO das diferentes regiões na idade adulta e análise de mediação para verificar a mediação de IAM na idade adulta nesta relação, significância em p<0,05. Resultados: Observou-se até quatro diferentes trajetórias desenvolvimentais para os IAM: a) aumento pouco expressivo, b) aumento gradual, c) alternando aumento gradual e menos expressivo e, d) aumento consistente. Entre os rapazes, os voluntários com trajetória de aumento consistente nos IAM apresentaram DMO de algumas regiões de interesse cinco a 10% maior que os da trajetória gradual, fato não observado nas moças, entre as quais poucas apresentaram trajetória de aumento consistente. Análise de regressão revelou que os IAM na infância apresentaram relação com ISO, sendo: PMD com DMO total, braços e tronco; abdominal com DMO L1-L4 e tronco; e escore AM com DMO tronco. Os modelos de IAM na infância ajustados por sexo, idade e escore z do IMC na infância, explicaram ISO de 6% (abdominal x DMO L1-L4) a 58% (PMD x DMO braços). Análise de mediação apontou: PMD adulto mediou as relações entre PMD infância e DMO total [efeito indireto (EI)=0,0026; intervalo de confiança 95% (IC95%)=0,0006; 0,005], DMO braços (EI=0,0018; IC95%=0,0008; 0,0031) e DMO tronco (EI=0,0024; IC95%=0,0003; 0,0050); efeito direto do abdominal na infância com a DMO L1-L4 (EI=-0,0008; IC95%=-0,0023; 0,0005) e um efeito total com a DMO tronco (EI=0,0002; IC95%=-0,0006; 0,0012); efeito total do escore da AM infância na DMO do tronco (EI=0,0031; IC95%=-0,0006; 0,0080). Conclusão: Ossos mais resistentes na idade adulta foram encontrados entre os participantes com aumento consistente nos IAM da infância à idade adulta, especialmente entre os rapazes. Alguns IAM na infância apresentaram relação positiva em magnitude baixa a moderada com DMO de diferentes regiões de interesse na idade adulta e a maioria dessas relações foram mediadas por IAM adulto.

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