Resumo

O presente trabalho apresenta interpretações em torno de uma manifestação de lazer comum em muitas cidades brasileiras, o "futebol de várzea". A partir da experiência etnográfica de seguir o futebol na cidade de Porto Alegre, sistematizada entre 2009 e 2011, trazemos uma análise da constituição de um circuito varzeano e das demarcações de suas diferenças em relação a outros, possibilitando àqueles que circulam afirmarem que “aqui é a várzea”. Muito embora seja possível afirmar que o circuito consubstancie algumas regularidades no que tange aos espaços, tempos e comportamentos adequados, conferindo fronteiras às experiências, são as imbricações com a vida cotidiana, os modos de saber lidar com dimensões que, a priori, seriam opostas, que confere sentido ao estar "na várzea".

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