Resumo

Um dos principais fatores no processo de ensino-aprendizagem da natação parece ser a variação da profundidade da água. Entretanto, quase não há estudos sobre esse tema e os existentes costumam seguir uma abordagem básica e sem controle do programa educacional utilizado. Nosso objetivo foi determinar o efeito de diferenças profundas versus águas rasas no desenvolvimento de habilidades aquáticas pré-escolares após 6 meses de prática. Participaram deste estudo 21 crianças portuguesas em idade escolar, de ambos os sexos (4,70 ± 0,51 anos), inexperientes em programas aquáticos. As crianças foram divididas em dois grupos realizando um programa aquático semelhante, mas em diferentes profundidades: águas rasas (n = 10) e águas profundas (n = 11). Cada participante foi avaliado duas vezes por sua disponibilidade aquática, utilizando uma lista de verificação de observação de 17 habilidades motoras aquáticas: durante a primeira sessão (T0) e após seis meses de prática (duas sessões por semana com um total de 48 sessões) (T1). A proficiência aquática em cada habilidade foi comparada entre os grupos e uma análise discriminante foi conduzida para prever as condições com maior ou menor competência aquática. Os resultados sugeriram que a prática de natação contribuiu positivamente para melhorias em várias habilidades aquáticas básicas, em ambos os grupos. Os resultados mostraram que o grupo de águas rasas conseguiu adquirir um maior grau de competência aquática, particularmente em cinco habilidades aquáticas básicas (p <0,05): controle da respiração combinado com imersão facial e abertura dos olhos; flutuabilidade horizontal; posição do corpo no deslizamento ventral; posição do corpo no deslizamento dorsal; chute de perna com controle da respiração na posição ventral do corpo, sem nenhum dispositivo de palpitação. A função discriminante revelou uma associação significativa entre os dois grupos e quatro fatores incluídos (habilidades aquáticas) (p <0,001), representando 88% entre a variabilidade do grupo. A posição do corpo no deslizamento ventral foi o principal preditor relevante (r = 0,535). Aulas de natação em águas rasas geraram maior competência aquática em pré-escolares após um período de 6 meses de prática.

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