Aquisição Físico-motora de Base: Como Estão Crianças Brasileiras e Portuguesas?
Por Luiz Antônio Pereira da Silva (Autor), Angela Maria Serápida Silva (Autor), Josiane Angelotti (Autor), Marsal Pereira da Silva (Autor), Célia Maria Miranda (Autor), Vera Regina Ferreira Alvim (Autor).
Em Journal of Physical Education (Até 2016 Revista da Educação Física - UEM) v. 8, n 1, 1997. Da página 91 a -
Resumo
Considerando as fases de desenvolvimento motor por que passa a criança e a conseqüente interferência genética e do meio sócio-cultural em que vive e partindo do pressuposto de que a população brasileira, em sua grande maioria descende de portugueses, criou-se uma certa expectativa sobre o desenvolvimento motor da criança brasileira em relação à criança portuguesa. Para o desenvolvimento desta investigação científica, escolheu-se uma amostra de crianças portuguesas da Região Norte do país, pertencentes à cidade de Gondomar, formada por 58 crianças, e uma amostra de crianças brasileiras, da Região Norte do Estado do Paraná, em Maringá, formada por 64 crianças, todas pertencentes ao ensino fundamental. Utilizou-se uma bateria de testes com provas tiradas do AAPHERD Test (1980) e da Bateria de Testes EUROFIT (1988), contendo oito provas. A bateria foi aplicada em todas as crianças nas mesmas condições e pelo mesmo investigador, no início e no final do trabalho que foi ministrado durante um ano letivo. A análise dos resultados demonstrou, na comparação entre os grupos, independentemente do sexo, que, das oito provas analisadas, três apresentaram diferenças significativas (p>0,01) a favor das crianças brasileiras e uma a favor das crianças portuguesas. No pós-teste, as crianças portuguesas apresentaram rendimento superior, diminuindo em muito a vantagem das crianças brasileiras, que mativeram apenas duas provas com resultados significativos contra duas das crianças portuguesas. Respeitadas as limitações da investigação, estes resultados, de forma geral, reforçados pelo estudo feito entre os sexos (Silva, 1995), sugerem que as crianças brasileiras maringaenses chegam ao quarto ano de escolaridade em condições físicomotoras de base melhor do que as crianças portuguesas de Gondomar; contudo, com um trabalho sistematizado e estruturado cientificamente, as crianças portuguesas acabam por apresentar rendimento melhor.