Resumo

Introdução: No âmbito da experimentação lúdica a arte encontra destacado sentido e aplicabilidade na educação. A experiência estética e lúdica possível de acontecer na contra-mão das programações competitivas, dos festejos estereotipados do consumo, dos calendários cívicos e comerciais e da indústria do lazer precisa ser estimulada na relação entre arte e educação.

Material e métodos: Defendemos esta idéia a partir de nossos estudos sobre Teoria Crítica e Educação e de leituras e observações de experiências artísticas e educacionais que podemos denominar de Arte Lúdica. Resultados: Embora arte-educadores reconheçam que a aprendizagem em arte para a criança pequena é inseparável do fazer artístico, são poucos os autores voltados para a concepção de uma arte lúdica. Mesmo sendo as atividades lúdicas oportunidades de exercitar e desenvolver a percepção e a imaginação, encontramos em nossa pesquisa poucas iniciativas neste âmbito. Quem quiser ler sobre a importância do brincar não encontrará muitas referências nos escritos sobre arte e educação.

Conclusões: As oficinas culturais, as instalações nas Bienais, o trabalho com sucata, as brincadeiras folclóricas e os brinquedos artesanais da arte popular guardam em si uma dimensão crítica, uma "cultura de resistência" que não pode ser apologizada, nem negligenciada. A criação de espaços lúdicos alternativos é uma necessidade cada vez mais evidente nas metrópoles carentes de espaços públicos voltados às experiências estéticas e lúdicas, imprecindíveis para quem deseja não simplesmente uma educação adaptativa, mas acima de tudo, emancipatória.