Resumo

Este trabalho analisa a Educação de Jovens e Adultos no ensino noturno como instância formativa bem como a sua relação com a Educação Física como área de produção e reprodução de conhecimento que estabeleceu historicamente numa relação de poder agindo ora como protagonista num projeto de “assepsia social” (Ghiraldeli Jr, 1988) através da tendência higienista; ora através da tendência militarista; ou influenciada pela tendência pedagogicista ou ainda influenciada pela tendência competitivista. Vimos que todas as tendências da educação física serviram aos interesses das elites para manter o status quo. 

As propostas deste trabalho são tentativas de inserção da Educação Física como componente curricular no ensino noturno com a Educação de Jovens e Adultos da rede pública estadual, pois a Educação Física sempre esteve “ausente” neste nível e tradicionalmente vinculada à disciplina rígida, a ausência de movimentos e o desprazer. Mas para legitimar a Educação Física apresentamos argumentos plausíveis para a sua inclusão e permanência no currículo escolar, integrado e apoiado discursivamente na educação para o lazer. 

É importante lembrar que a inserção desta disciplina no currículo só terá relevância com a reflexão das nossas ações e participação no processo de transformação social, rompendo com o desprazer estabelecido, com a passividade que parece permanente, com a supervalorização do trabalho, com a Educação Física servindo para restabelecer a força de trabalho para uma maior produção dos trabalhadores e com a visão mercadológica do lazer. 

Nas aulas de Educação Física escolar, geralmente identifica o professor desenvolvendo seu trabalho de forma mecânica, repetitiva, reproduzindo os mesmos testes no início e no final dos períodos letivos, ao longo dos anos.