Resumo

Muitos meninos jogam futebol imaginando-se ronaldinhos, mas também jogam para se fazerem homens, atualizando um arbitrário cultural socialmente legitimado. Argumenta-se, neste trabalho, que o futebol é incorporado como um dispositivo de engendramento - no sentido de feitio ético e estético - de uma dada perspectiva de masculinidade. Tomando como cenário uma configuração concreta, os meninos e meninas da Rua Leão XIII, na Cidade Baixa, bairro de classe média-baixa próximo ao centro de Porto Alegre, realizei uma incursão etnográfica cuja atenção esteve centrada na trajetória de uma menina no interior de grupo no qual preponderavam meninos. Esta discussão é parte da tese em antropologia social, “Do dom à profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França”, defendida em 2005.

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