Resumo

Esta pesquisa tem o objetivo de analisar as formulações do paradigma da inclusão veiculadas pela produção teórica da educação física. Para isso, recorre aos trabalhos – que tratam da temática “educação física e inclusão” – publicados nos Anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (CONBRACE) durante o período de 2001 a 2007. O referencial teórico-metodológico de análise é o materialismo histórico. Além de situar o paradigma da inclusão como uma expressão teórica e política do pós-modernismo, o estudo revela que as ideias centrais deste paradigma constituem-se como ilusões por manterem lacunas entre os problemas sociais e os processos históricos reais. Essas ilusões reproduzem manifestações fenomênicas como sendo o produto concreto da realidade, de modo a desorganizar a compreensão crítica do real e afirmar a manutenção das relações sociais vigentes. O estudo comprova que as formulações da inclusão assimiladas pela produção teórica da educação física convertem-se em um mecanismo que legitima, no campo pedagógico da área, ideias conservadoras, as quais tendem a enfraquecer as críticas ao capitalismo, debilitar a luta pela superação desse modo de produção da existência e, ainda, instruir práticas pedagógicas na educação física que não abordam a problemática social em sua radicalidade. O estudo evidencia que as formulações do paradigma da inclusão veiculadas pela produção teórica da educação física contribuem para legitimar um novo senso comum no campo educacional.

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