As modificações na composição corporal estão associadas com reduções na inflamação crônica de mulheres idosas após o treinamento resistido?
Por Crisieli M. Tomeleri (Autor), Alex S. Ribeiro (Autor), Mariana F. Souza (Autor), Durcelina Schiavoni (Autor), Edilaine F. Cavalcante (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
: O treinamento resistido (TR) pode ocasionar positivas modificações na composição corporal. Do mesmo modo, embora menos evidente e ainda controverso, parece que o TR também pode proporcionar importantes modificações em marcadores inflamatórios. Entretanto, ainda não se tem estabelecido se as modificações na composição corporal se relacionam com as modificações em marcadores inflamatórios, após o TR. OBJETIVO: Verificar as relações entre as modificações na composição corporal com as modificações em marcadores inflamatórios de mulheres idosas, após o TR. MÉTODOS: Cinquenta e uma mulheres idosas, fisicamente independentes, foram aleatorizadas em: grupo treinamento (GT; n = 26) o qual foi submetido a 12 semanas de TR (8 exercícios, 3 séries de 10-15RM) e grupo controle (GC; n = 25), que permaneceu sem a prática de exercícios físicos pelo mesmo período. Os marcadores inflamatórios: IL-6, TNF-α e PCR, foram dosados por coleta sanguínea, após 12 horas de jejum e com no mínimo 72h de intervalo da última sessão de TR. A gordura corporal relativa (%GT) e a massa muscular esquelética (MME) foram estimadas pela densitometria radiológica de dupla energia (DEXA). Após as avaliações pré e pós período de intervenção, calculou-se a variação percentual das variáveis e testou-se as possíveis correlações, pela correlação de Pearson e na sequência, estruturou-se o modelo de regressão linear entre as variáveis que apresentaram correlação com significância estatística (P < 0,05). RESULTADOS: Após o TR, observou-se reduções nos marcadores inflamatórios apenas no GT (IL-6 = -17%; TNF-α = - 17%; PCR = -27% vs. GC: IL-6 = +6%; TNF-α = +6.1; PCR = +38,7%). Do mesmo modo, modificações foram observadas na composição corporal (%GT: GT = -7% vs. GC = +2%; MME: GT = +7% vs. GC = -1,2%), apenas para esse grupo. As modificações na IL-6 não apresentaram correlações significantes (P > 0,05). Já o TNF-α apresentou correlação positiva e significante apenas com as modificações na %GT (r = 0,36; P < 0,05) e a PCR, apresentou correlação negativa e significante com a MME (r = -0,35; P < 0,05) e positiva e significante com o %GT (r = 0,57; P < 0,05). Nas análises multivariadas, as modificações no %GT se relacionam com as modificações no TNF-α (β = 0,98; P = 0,05; R = 0,14) e PCR (β = 6,44; P < 0,01; R = 0,34), após ajuste das modificações na MME. CONCLUSÃO: As modificações no TNF-α e na PCR, apresentaram-se relacionadas com as modificações na composição corporal, sobretudo com as mudanças na gordura corporal.