Resumo

O propósito deste trabalho foi revisitar um dos estudos de nossa lavra, cujo principal objetivo foi analisar, pela ótica do gênero (LOURO, 1995; SCOTT, 1995), a cobertura dada pela imprensa esportiva do Rio de Janeiro às/aos atletas de ambos os sexos participantes dos Jogos Olímpicos de 2004. Na oportunidade, debruçamo-nos sobre 214 fotos e respectivas legendas. Os resultados apontaram que a cobertura jornalística faz julgamentos, velados ou não, sobre a beleza das atletas do sexo feminino. Como toda investigação alicerçase em lacunas, eis que as diretrizes da Women’s Sports Foundation nos dão margem para revisitar nossos escritos, e rever as imagens e textos com as indagações: será que a mulher parece uma atleta? Se veste como tal? Suas roupas são adequadas? Alguma parte significativa do corpo ausente? As palavras correspondem às imagens? Existe diversidade em relação à etnia? As inserções são proporcionais entre atletas homens e mulheres? Embora a Fundação tenha elaborado diretrizes para mídia eletrônica e impressa com orientações sobre vários tópicos que nos dispusemos a analisar, a imprensa brasileira está longe de repensar sua forma sexista de tratar as atletas do sexo feminino. Mas estamos em tempo de constantes lutas na perspectiva de mudanças.

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