As Mulheres Fortes São Aquelas Que Fazem Uma Raça Forte: Esporte, Eugenia e Nacionalismo no Brasil no Início do Século Xx
Resumo
Fundamentada na abordagem teórico-metodológica da história cultural e nos estudos de gênero, este artigo discute a importância atribuída ao esporte na política de fortalecimento da população brasileira branca no início do século XX. Evidencia, sobretudo, que para essa política se efetivar foi necessário investir no fortalecimento do corpo feminino, pois segundo os ideais nacionalistas em voga naquele momento, somente um corpo forte poderia gerar uma raça forte. Traduzem-se como fontes primárias desta pesquisa, documentos produzidos neste período, bem como as 88 edições da primeira revista cientifica específica da área da educação física. Através da técnica da análise de conteúdo foi possível compreender que o discurso nacionalista brasileiro, ao buscar o refinamento da raça, fez a apologia da saúde da mulher branca identificando a atividade física como a melhor forma de fortalecê-la e aprimorá-la.