Resumo

Tratam-se dos sentidos produzidos por um de vídeo no qual um casal dança a música intitulada “Vai no Cavalinho”, que “viralizou” na internet em 2013, protagonizando cenas do cotidiano urbano. Para tanto, lança-se mão do programa Fraps que possibilita transformar as imagens-movimento em fotografias. O desafio da escrita está na análise das performances e enunciados corporais apresentados pela dupla, no audiovisual, na forma de potências estéticas próprias da dança.  Pelas vias de um pensamento rizomático, o texto investe, pois, na composição de formas expressivas para tradução de um mosaico de linguagens e gestos. Um corpo-cavalinho, como “Corpo sem órgãos” (Deleuze e Guattari), ganha destaque enquanto território de passagem de saberes corporais através da dimensão coletiva da arte e dos signos que se multiplicam em conexões nos eventos festivos, para produzir o cotidiano de personagens anônimos.

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