Resumo

Esta pesquisa visa, a partir do estudo das políticas de educação do campo e da educação física, compreender a relação existente entre esta disciplina ministrada no Paraná sob as bases de uma Metodologia Crítico-Superadora de ensino sob a perspectiva da Cultura Corporal e aquela modalidade de ensino no estado do Paraná, no sentido da construção de uma contribuição para a formação humana com vistas à Emancipação Humana. A partir de uma pesquisa bibliográfica, com fundamento teórico metodológico no Materialismo Histórico, empreendemos um estudo da configuração histórica da educação física no Brasil, desde sua origem até a crise epistemológica da área na década de 1980 e, a formulação de propostas progressistas que buscam romper com o caráter exclusivamente desportivizado e tecnicista da disciplina no âmbito escolar, até conceituar a proposta formulada pelo Coletivo de Autores, que considera o objeto de estudo da educação física a Cultura Corporal. No tocante à educação do campo, realizamos uma análise da configuração do campo brasileiro, desde o início da colonização europeia até os dias atuais, o papel dos movimentos sociais nos processos de lutas em prol da garantia de direitos das populações camponesas e, em especial, ao direito à educação, bem como as ações empreendidas pelos movimentos para garantir tal direito. Na análise das políticas de educação do campo e de educação física no estado do Paraná, o estudo buscou compreender o processo de construção das Diretrizes Operacionais da Educação Básica nas Escolas do Campo, das Diretrizes Curriculares da Educação do Campo do Paraná e das Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação Física do Paraná, bem como discutir as questões centrais dos documentos que direcionam a educação do campo e da disciplina Educação Física, que é componente curricular obrigatório da Educação Básica. Como resultado dos estudos, compreendemos que os documentos visam direcionar uma formação pautada na Cidadania e na Emancipação Política e não na formação humana com vistas à Emancipação Humana, o que pode ser um entrave na luta pela transformação radical das bases produtivas da sociedade capitalista. Porém, mesmo em condições que se orientam para uma educação que conserve a ideologia capitalista, pode-se empreender Práticas Educativas Emancipatórias, que contribuam para a formação do aluno atuante na revolução social. 

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