Resumo

A transmissão oral de saberes e práticas circenses entre gerações, de maneira tradicional, lenta e restrita, perdura, no Brasil, até a década de 1960 com o surgimento das primeiras escolas de formação de artistas, iniciativa de algumas famílias circenses com transformações e adaptações da linguagem e do mercado circense. No século XXI, o circo agora abarca diversas especialidades artísticas, com o dinamismo exigido pela sociedade contemporânea. Cada vez mais próximo do público, suas possibilidades educativas foram expandidas, e seus conteúdos podem ser abordados em três diferentes âmbitos: recreativo, educativo e profissional – com suas respectivas expectativas, necessidades e público a que se destinam. O primeiro tende à experimentação imersa em profunda ludicidade. O segundo, inserido no ambiente escolar e como componente curricular, também se vale de aspectos lúdicos, mas com enfoque em seu caráter como componente da cultura corporal, associado à expressão corporal, comunicação, estética etc. O terceiro, com enfoque prático de rendimento, com desenvolvimento de motricidade específica. Além das transformações já mencionadas, diversas modalidades foram paulatinamente incorporadas e eliminadas da cultura circense, e disso servem como exemplos os aéreos, como tecido acrobático, e a doma de animais, respectivamente. O tecido acrobático vem sendo considerado uma das mais seguras acrobacias aéreas e de interessante plasticidade, sendo que, até mesmo no momento em que a aprendizagem está se iniciando, a beleza que se desenha por uma pessoa estar nele chama a atenção.