Resumo

Esta dissertação tem por objetivo problematizar a constituição das Lutas enquanto um saber produzido pelo discurso científico, no qual a Educação Física se apóia. Diante da proliferação de significados atribuídos a essas práticas corporais, tanto dentro quanto fora do cenário acadêmico, chama a atenção o quanto elas são atravessadas por um sentido educativo. Assim, esta pesquisa se configura num processo de escrita-pensamento estruturado em dois artigos. O primeiro movimento (artigo I) é dedicado a identificar e problematizar como essas práticas corporais são produzidas enquanto um saber que compõe a Educação Física brasileira, a partir do que se fala sobre o tema no âmbito acadêmico. Desse modo, com base num exercício de análise discursiva, inspirado nas pesquisas do filósofo Michel Foucault e nas contribuições da teoria enunciativa em Dominique Maingueneau (1997), foi possível elencar as principais formações discursivas que orientam a discussão sobre Lutas dentro da Educação Física. Já o segundo movimento (artigo II) trata de problematizá-las através da constituição das formas de pensamentos lançados a elas, em diferentes momentos da construção da Educação Física brasileira. Por meio de um exercício genealógico, essas práticas aparecem como mais um instrumento produzido para pedagogizar corpos. Em conjunto, os dois artigos demonstram alguns movimentos de pesquisa e deslocamentos analíticos, escolhidos na tentativa de perseguir e evidenciar alguns elementos da construção dessas práticas corporais, a partir de um filtro de regimes de verdades que as colocam na ordem do discurso científico. No contexto geral, esta dissertação tenta contribuir para uma atitude de estranhamento do que, muitas vezes, é tomado tranquilamente como verdade.

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