Resumo

A temática envolvendo as relações de poder vem sendo debatida no campo filosófico e sociológico, por meio de teorias e concepções inseridas nos aspectos políticos, econômicos, sociais e educacionais. Neste sentido, a presente pesquisa tem o objetivo de analisar como as relações de poder são estabelecidas entre a atuação docente nas aulas de Educação Física e as propostas curriculares da Rede Estadual de Ensino do Paraná, nos anos finais do Ensino Fundamental. O referencial teórico que norteou a pesquisa foi fundamentado na teoria de poder, elaborada por Foucault (1979) que propõe a microfísica do poder, sendo caracterizada nas relações sociais, ao verificar o poder disseminado nos discursos, nas interações entre indivíduos e nas instituições. Diante desse contexto, surge como problemática da pesquisa a interpretação sobre qual o entendimento do poder no contexto escolar e como as relações de poder são travadas entre a atuação do professor de Educação Física e as propostas curriculares da Rede Estadual de Ensino do Paraná, abordando como análise as plataformas Livro de Registro Online (LRCO) e o Google Classroom. Quanto aos procedimentos metodológicos, caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, sendo norteada pela teoria crítica. O instrumento de coleta de dados foi realizado por meio de entrevistas semiestruturadas com os professores de Educação Física, para verificar os diálogos e discursos sobre as relações de poder na escola e nas aulas. Para a análise dos dados, utilizou-se como referencial a análise de conteúdo de Bardin (1977). Os resultados demonstraram que o poder está posto nas escolas e nas aulas de Educação Física, ao contemplar as relações envolvendo os professores-estudantes, estudantes-estudantes, o currículo escolar. Durante a pandemia do Sars-Cov-2, observou-se que a inserção das plataformas digitais, principalmente o LRCO, exerceram uma fiscalização sobre a ação docente. Ao abordar sobre a autonomia docente, verificou-se, nos discursos dos professores interlocutores, uma redução e uma limitação, no que se refere ao planejamento escolar, currículo e conteúdos. Por fim, salienta-se a necessidade de um debate abrangente e aprofundado da temática pertencente às relações de poder, com o intuito de romper a concepção do currículo pronto e limitado, ao possibilitar o direito da autonomia docente enquanto ação coletiva

Acessar