As seleções africanas em copas do mundo a partir do olhar da revista placar (1970-1990)

A Revista Placar, principal e mais longeva magazine sobre futebol da história da imprensa brasileira foi fundada meses antes da Copa do Mundo de 1970, com o intuito de captar em vendas a efervescência que o torneio de futebol gerava na população brasileira, resultado do bicampeonato mundial e da presença do Rei Pelé no escrete que jogaria no meio do ano em gramados mexicanos. Com isso, a Placar realizou uma cobertura jornalística de destaque in loco, retratada em reportagens, entrevistas, fotografia, opiniões de analistas. Porém, essa qualidade comprovada ficou restrita às principais seleções, no caso, as sul-americanas e europeias. Os selecionados de outros continentes como o africano (retornando ao torneio com o Marrocos, após um hiato de 26 anos desde o debute egípcio na primeira Copa em solo italiano) foram relegados a último plano na cobertura da revista sendo visto como ingênuos, amadores e sem nível técnico para participar do evento. Essa forma de ver o futebol africano pela Placar se repetiu quatro anos depois na Alemanha Ocidental com a participação da seleção do Zaire, havendo uma mudança na percepção em 1978, repetida em 1982, ao posicionar as seleções da África na prateleira dos azarões com alguma chance de surpreender, confirmada com o primeiro triunfo africano em Copas (no Mundial da Argentina) e com resultados inesperados contra fortes seleções (no Mundial da Espanha).

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