Resumo

O principal objetivo desta pesquisa será apresentar a evolução histórica das seleções multiculturais da União Europeia (UE) nas disputas da Copa do Mundo, principalmente no período entre 1990 e 2014, e compreender como fatores sociais e imigratórios influenciaram no crescimento destes selecionados, mostrando que a evolução de atletas com essas características não foi algo surpreendente, e sim reflexo das mudanças pelas quais passaram os países europeus e das conquistas sociais alcançadas por minorias nesse período. A utilização de futebolistas de origem estrangeira pelos selecionados europeus acontece desde a primeira edição dos Mundiais, porém, a partir da década de 1990, vem registrando-se um aumento de jogadores deste perfil. Estas equipes já estão difundidas no cenário futebolístico e a tendência é que cresçam cada vez mais, visto que as atuais seleções são um espelho da sociedade multicultural da UE. Os selecionados também ajudam a buscar uma maior compreensão sobre estas novas identidades nacionais vigentes, que são reflexos das transformações étnicas, culturais e migratórias pelas quais a Europa vem passando desde o século XX. Mesmo sendo razoavelmente internacionalizado, o futebol europeu ainda registra casos de intolerância e preconceitos devido ao choque entre as tradicionais e as novas identidades. O futebol, sendo uma das principais atividades da cultura popular, pode contribuir para entender melhor como este multiculturalismo se reflete nas identidades no contexto da União Europeia, bloco que completou 60 anos em 2017.

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