Resumo

O trabalho está vinculado a um debate acadêmico sobre a diversidade cultural das práticas esportivas, especialmente quando isso é tratado na interface com os estudos do lazer. Nesse contexto, apresento um conjunto de questões na expectativa de problematizar a noção de ‘time’ quando ela é tomada na perspectiva de um ‘circuito urbano de lazer’ denominado de ‘municipal da várzea’, desenvolvido na cidade de Porto Alegre. Ao longo do texto, trazendo a experiência de uma pesquisa etnográfica multilocalizada e um estranhamento em torno dos ‘times de camisa’, procuro analisar invenções sociais que não denotam a tradição dos ‘clubes esportivos’, mas que se materializam ‘nos times’ e conferem sentido ao pertencimento e à circulação dos jogadores. Essas ‘outras tradições’, aqui tomadas como lugares-personagens, são os ‘conhecidos do futebol’, os ‘grupos-famílias’, as ‘diretorias’ e os ‘diferenciados’. Tais ‘tradições varzeanas’ ajudaram a compreender ‘os times’ como justaposições de distintas mobilizações, materializando uma infinidade de arranjos de lugares-personagens.

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