Resumo

Nos últimos anos pesquisas mostraram que a preocupação excessiva com a aparência do corpo entre jovens e adultos associou-se a comportamentos obsessivos como a prática exagerada de atividade física, uso de suplementos e desencadeamento de distúrbios alimentares. Os estudos também revelaram que mulheres (em sua maioria) estão insatisfeitas por se perceberem maiores do que realmente são ao passo que em homens, a insatisfação está relacionada ao fato de se perceberem com pouca massa muscular (Pope, Katz, & Hudson, 1993). Entre homens, o distúrbio associado com a distorção da imagem corporal é conhecido como dismorfia muscular (ou vigorexia). A dismorfia muscular é caracterizada por uma percepção inadequada do tamanho do corpo, ou seja, o homem se percebe menor em tamanho (i.e., dos músculos) do que realmente é. Além disso, a dismorfia também está associada ao uso de anabolizantes e à prática excessiva de atividade física, como a musculação. Embora os estudos sobre a percepção de imagem corporal não sejam recentes, os métodos utilizados para a sua avaliação-geralmente testes psicométricos e questionários-, ainda são muito criticados na literatura científica pela dificuldade de diagnosticar a origem das distorções de imagem (Gardner & Brown, 2014). As técnicas psicofísicas mais recentes utilizadas em estudos sobre a percepção do corpo envolvem manipular a imagem do próprio indivíduo (i.e., imagem total ou de suas partes), imagens de pessoas desconhecidas e a imagem de objetos neutros e emparelha-las com as imagens reais correspondentes (Braga, 2012; Paula, 2010). Estes estudos têm o objetivo de analisar separadamente o componente sensorial e o atitudinal de modo a compreender melhor a contribuição dos processos perceptivos e cognitivos. Os objetivos do nosso estudo foram investigar: a) se a preocupação exagerada com a imagem corporal por homens jovens se reflete nas respostas de escolha ou preferência de imagens do próprio corpo (i.e., tarefa atitudinal) e de um corpo de estranho distorcidas em uma escala psicofísica (i.e., tarefa perceptiva); b) se a tendência atitudinal ou perceptiva em tarefas psicofísicas de distorção de imagem depende da identificação do participante (i.e., omissão de face).

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