Aspectos Quantitativos e Qualitativos Sobre as Barreiras Para o Uso de Bicicleta em Adultos de Curitiba, Brasil
Por Marilson Kienteka (Autor), Edina Maria de Camargo (Autor), Rodrigo Siqueira Reis (Autor), Rogério César Fermino (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 20, n 1, 2018. Da página 1 a 10
Resumo
A implementação de programas de promoção para o uso de bicicleta deve considerar as barreiras para este comportamento. Objetivou-se caracterizar quantitativa e qualitativamente as barreiras para o uso de bicicleta no lazer e no transporte em adultos de Curitiba, Brasil. A primeira etapa compreendeu um inquérito domiciliar transversal em que participaram 677 adultos (53% mulheres). Destes, 16,7% e 11,2% reportaram utilizar a bicicleta no tempo de lazer e no transporte, respectivamente. Em seguida, 24 usuários de bicicleta (50% mulheres) foram recrutados e participaram de entrevistas em grupos focais. O conteúdo das respostas foi analisado com uma matriz conceitual. As barreiras mais reportadas para o uso de bicicleta no lazer foram o “clima ruim” (65,5%), “tráfego intenso” (53,1%), “falta de ciclovias” (48,7%) e “falta de segurança” (44,2%). No transporte, as mais relatadas foram o “clima ruim” (69,7%), “tráfego intenso”, “falta de segurança” e “medo de acidentes” (51,3% cada). A análise comparativa entre as barreiras reportadas no inquérito e aquelas relatadas nos grupos focais mostraram combinação entre sete das 11 barreiras. Algumas barreiras identificadas no inquérito não foram mencionadas nos grupos focais (“má qualidade das ruas”, “poluição”, “não ter bicicleta”, “falta de estacionamento”, “distância até os destinos”). As principais barreiras para o uso de bicicleta estão relacionadas com aspectos do ambiente físico e segurança, independentemente da abordagem empregada e finalidade de uso.