Resumo

O esporte é considerado tanto uma inovação como uma repetição e, as práticas e os praticantes se renovam de forma surpreendente. Uma modalidade se multiplica e diversifica com frequência: surf, vela, vôo livre, etc. Surgem esportes novos, as práticas mudam de adeptos, os gostos se modificam e existe uma inovação tecnológica. Como podemos dar conta destas mudanças, como analisar o gosto atual pelos esportes de aventura? Segundo Beck (2010), vivemos numa sociedade de risco, onde as pessoas vivem com medo de assaltos, de perder o emprego, entre outros e, identifica o surgimento de algo novo a partir dos anos 1970 em que a sociedade industrial, cuja característica era gerar riquezas e distribuí-las desigualmente entrou na fase de modernização reflexiva, em que a sociedade passa a produzir e distribuir de forma desigual, os riscos sociais e ambientais. Pessoas buscam constantemente o perigo, o risco e uma forma de superá-lo; essas mudanças geraram uma transformação do estilo de vida. Então, podemos perguntar que tipo de representação simbólica os esportes de aventura tem remetido à sociedade? Que tipo de construção/alteração tem ocorrido no estilo de vida/habitus de seus praticantes? Temos como objetivo analisar as relações estabelecidas entre as características da sociedade e o estilo de vida dos praticantes de Kitesurf. Pretendemos utilizar a Teoria dos Campos de Bourdieu (1990) que estuda as relações entre cultura, dominação e desigualdades sociais, tendo como estratégia metodológica o entendimento e a explicitação da constituição e dos mecanismos atuantes na sociedade por meio da análise das estruturas e dos habitus sociais. O sociólogo francês, ao tratar do esporte moderno, dirigiu suas análises para a construção da demanda e oferta de modalidades considerando o capital cultural e social envolvido em cada uma delas. Em princípio, estas serão as principais categorias de Bourdieu a serem utilizadas no estudo.
 

Arquivo