Resumo

Resumo: Objetivo geral: Analisar as associações combinadas entre atividade física (AF) e comportamento sedentário (CS) nos fatores de risco cardiometabólicos de adolescentes e a interação com a maturidade somática. Métodos: Participaram do estudo 369 adolescentes (52,3% de garotas), com idade média de 11, 80±0, 65 anos. Medidas antropométricas de massa corporal e estatura foram realizadas para caracterização da amostra e com base nessas informações, o Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado. Para o escore de risco cardiometabólico foram utilizadas as variáveis: circunferência de cintura, pressão arterial sistólica e diastólica e aptidão cardiorrespiratória (ACR). Estas variáveis foram padronizadas em unidades de escore z de acordo com sexo e idade. A maturação biológica foi estimada por meio do Pico de Velocidade de Crescimento (PVC). A ACR foi estimada por meio do teste Shuttle Run-20m. Os adolescentes foram monitorados por acelerometria (ActiGraph GT3X e GT3X-Plus, Pensacola, FL, USA) durante sete dias consecutivos. Pontos de corte de Evenson (2008) foram utilizados para a conversão dos valores de counts registrados pelos acelerômetros em tempo gasto em AF e CS. Para a análise dos dados foi utilizado o teste T de Student, ANCOVA com post hoc de Bonferroni e Regressão Linear Múltipla. Os dados foram armazenados e processados no SPSS 25.0. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Com base nos artigos originais, quando observada a categorização por meio da AFMV, o grupo de referência somente demonstrou melhores valores na variável z-VO2 em comparação com os grupos “Baixa AFMV e Baixo CS” e “Baixa AFMV e Alto CS”. Quando as análises combinadas foram realizadas com a AFT, o z-escore de risco metabólico apresentou relação significante, demonstrando que pertencer ao grupo de referência demanda melhor z-escore de risco metabólico do que o grupo “Baixa AFT e Alto CS”. Além disso, a maturação somática influenciou tanto a AF quanto o risco cardiometabólico, indicando que os adolescentes categorizados como Pós-PVC aumentam o risco cardiometabólico e tendem a apresentar menor AFMV comparados com aqueles classificados como Pré-PVC. Conclusão: Além da AFMV, a AFT também demonstrou ser uma variável adicional importante para representar o comportamento de movimento dos adolescentes. Em adição, a maturação somática mostrou influência sobre a AF e CS, demonstrando que os adolescentes que atingiram primeiro o PVC apresentaram menor tempo gasto em AFMV e maior risco cardiometabólico quando comparados aos que ainda não alcançaram o PVC. Recomenda-se que esforços para a promoção da saúde como o incentivo a prática de AF não levem em consideração somente a idade cronológica dos indivíduos, mas também as mudanças maturacionais que influenciam a mudança de comportamento em adolescentes.

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