Associação da Aptidão Física e Desempenho Acadêmico de Escolares
Por Gerson Ferrari (Autor), Leandro Fórnias Machado de Rezende (Autor), Diogo Rodrigues Bezerra (Autor), Timoteo Leandro Araujo (Autor), Victor Keihan Rodrigues Matsudo (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 22, n 4, 2014. Da página 37 a 46
Resumo
Associação entre aptidão física e desempenho acadêmico de escolares de Ilhabela. O estudo fez parte do Projeto Longitudinal de Crescimento, Desenvolvimento e Aptidão Física de Ilhabela. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2013. A amostra consistiu em 226 escolares (119 meninos e 107 meninas) com idade entre 10 e 15 anos (12,35±1,33 meninos; 12,02±1,23 meninas). Todos os escolares que participaram da pesquisa pertenciam a duas escolas municipais de Ilhabela, sendo uma de ensino médio e outra de ensino fundamental. As variáveis antropométricas analisadas foram: índice de massa corporal, circunferência de cintura, somatória das sete dobras cutâneas (subescapular, bicipital, tricipital, supra ilíaca, axilar-média, abdominal e panturrilha medial). As variáveis neuromotoras da aptidão física foram: força de membros superiores e inferiores, agilidade e força abdominal. O desempenho acadêmico (satisfatório vs. não satisfatório) foi analisado por meio das disciplinas de matemática, português, leitura e ciências cursadas no primeiro semestre de 2013. A regressão de Poisson foi realizada para analisar a associação entre aptidão física e desempenho acadêmico. O nível de significância adotado foi p<0,05. 75,5% dos meninos e 64,8% das meninas tiveram um desempenho satisfatório na disciplina de ciências. Na análise multivariada, ajustada por idade, foi encontrada uma a associação entre a força muscular de membros inferiores e a disciplina de ciências (RP 1,31; IC 95% 1,10 – 1,59; p<0,01). Nossos resultados corroboram com a literatura atual, indicando uma associação entre um componente da aptidão física (força muscular) e o desempenho escolar (disciplina de ciências) de crianças e adolescentes. Programas de incentivo à prática de atividade física, especialmente na escola, devem ser estimulados a fim de proporcionar os diversos benefícios da atividade física a essa população, como por exemplo, a possível melhora no desempenho escolar.