Resumo

 A caminhada e o ciclismo são os tipos principais de atividade física recreativa e de deslocamento por adultos brasileiros. Objetivo: associar, a partir de informações sociodemográficas e pessoais, a prática da atividade física recreativa e do deslocamento ativo com a caminhada e o ciclismo. Materiais e Métodos: estudo descritivo com amostra de adultos entrevistados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - Vigitel (2016). Resultados: 13.869 adultos (28,1% de homens e 24,8% de mulheres) relataram caminhar ou pedalar recreativamente; 9.607 adultos (20,1% de homens e 16,8% de mulheres) e 4.487 adultos (7,3% de homens e 9,2% de mulheres) relataram se deslocar a pé ou de bicicleta para o trabalho ou para a escola, respectivamente. Caminhar e pedalar se associou positivamente com maior força aos homens nos domínios recreativos e no deslocamento para o trabalhos, enquanto o deslocamento para a escola se associou mais fortemente às mulheres, principalmente as residentes nas regiões Norte e Nordeste. No conjunto da amostra, houve maior associação para os participantes com idade de 35 a 54 anos, com maior escolaridade (? 12 anos) e sem sobrepeso. A ocorrência de morbidades crônicas se associou com as atividades recreativas (Razão Chance: 1,43; IC95%: 1,25-1,65). Conclusões: a caminhada e o ciclismo são as principais atividade recreativas para 27% da população brasileira e está presente no cotidiano de 8,0% da população que se desloca ativamente para o trabalho e/ou escola.

Referências

Organização Mundial da Saúde [homepage na internet]. Physical activity for health: More active people for a healthier world: draft global action plan on physical activity 2018–2030. [acesso 23 jul 2018]. Disponível em: http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA71/A71_18-en.pdf

Organização das Nações Unidas [homepage na internet]. Revision of World Urbanization Prospects 2018. [acesso 23 set 2018]. Disponível em: https://www.un.org/development/desa/publications/2018-revision-of-world-urbanization-prospects.htm

Russ LB, Webster CA, Beets MW, Phillips DS. Systematic Review and Meta-Analysis of Multi-Component Interventions Through Schools to Increase Physical Activity. Journal of Physical Activity and Health 2015;12(10): 1436-1446.

Department of Health and Human Services (USA). Physical Activity Guidelines for Americans, 2nd ed. Washington (DC): U.S. Department of Health and Human Services; 2018.

American College of Sport Medicine. ACMS Guidelines for Exercise Testing and prescription. 8th ed. Philadelphia: Williams & Wilkins; 2007.

Lima DF, Levy RB, Luiz OC. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Rev Panam Salud Publica. 2014;36(3):164–70.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel - Brasil 2016: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017.

World Health Organization [homepage na internet]. Epidemic of obesity and overweight linked to increased food energy supply – study. July 2015. [Acesso 03 fev 2018]. Disponível em: http://www.who.int/bulletin/releases/NFM0715/en/

Telford RM, Telford RD, Olive LS, Cochrane T, Davey R. Why Are Girls Less Physically Active than Boys? Findings from the LOOK Longitudinal Study. PLoS One 2016;11(3):e0150041.

Hands B, Parker H, Larkin D, Cantell M, Rose E. Male and Female Differences in Health Benefits Derived from Physical Activity: Implications for Exercise Prescription. J Womens Health, Issues Care 2016; 5:4.

Edwards ES, Sackett SC. Psychosocial Variables Related to Why Women are Less Active than Men and Related Health Implications. Supplementary Issue: Health Disparities in Women. First Published 2016;4(9)(Suppl 1):47-56.

Lima DF, Piovani VGSP, Lima LA. Prática de futebol recreativo entre adultos residentes nas capitais brasileiras, 2011-2015. Epidemiol. Serv. Saúde 2018; 27(2):1-10.

Hallal PC. Atividade física e saúde no Brasil: pesquisa, vigilância e políticas. Cad. Saúde Pública 2014;30(12):2487-2489.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2016/IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE; 2016.

Hardman CM, Barros SSH, Oliveira ESA, Nahas MV, Barros MVG. Inatividade nos deslocamentos para o trabalho e fatores associados em industriários. Saúde Soc. São Paulo 2013;22(3):760-772, 2013.

Silva SG, Duca GF, Silva KSS, Oliveira ESA, Nahas MV. Deslocamento para o trabalho e fatores associados em industriários do sul do Brasil. Rev. Saúde Pública 2012;46(1):180-184.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resumo técnico: Censo da Educação Superior 2015. 2. ed. Brasília (DF); 2018.

Lima DF, Lima LA; Luiz, OC. Daily physical activity of Brazilian carriers of arterial hypertension: a transversal analysis. Colombia Médica 2017;48(2): 82-87.

WRI Brasil [homepage na internet]. 20 ações para impulsionar o transporte ativo no Brasil. [acesso 23 jul 2018]. Disponível em: https://wribrasil.atavist.com/20-acoes-para-fomentar-o-transporte-ativo-no-brasil.

National Center for Safe Routes to School. The Walking School Bus: Combining Safety, Fun and the Walk to School. North Carolina (USA). University of North Carolina Highway Safety Research Center; 2009.

Lima DF, Lima LA, Mazzardo O, Anguera MG, Piovani VGS, Junior APS, et al. O padrão da atividade física no lazer de brasileiros idosos. Caderno de Educação Física e Esporte 2018;16(2):39-49. |

Proper KI, Hildebrandt VH. Physical activity among Dutch workers: differences between occupations. Prev Med 2006;43:42-45.

Vancea LA, Barbosa JMV, Menezes AS, Santos CM. Associação entre atividade física e percepção de saúde em adolescentes: revisão sistemática. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde 2011;16(3):246-54.

Cardoso AS, Mazo GZ, Salin MS, Santos CAX. Percepção subjetiva de saúde e nível de atividade física de idosos Rev. Bras. Geriatr. Gerontol 2008;11(1):81-91.

British Heart Foundation (UK). Physical activity and your heart. London. BHF; 2013.

Kesaniemi A, Riddoch CJ, Reeder B, Blair SN, Sorensen TI. Advancing the future of physical activity guidelines in Canada: an independent expert panel interpretation of the evidence. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity 2010;7:41-54.

Pereira LP, Sichieri R, Segri NJ, Silva RMVG, Ferreira MG. Self-reported dyslipidemia in central-west Brazil: prevalence and associated factors. Ciência & Saúde Coletiva 2015; 20(6): 1815-1824.

Gill JM, Hardman AE. Exercise and postprandial lipid metabolism: an update on potential mechanisms and interactions with high-carbohydrate diets (review). J Nutr Biochem 2003;14(3):122-32.

Aoyagi Y, Park H, Park S, Shephard RJ. Habitual physical activity and health-related quality of life in older adults: interactions between the amount and intensity of activity. Qual Life Res 2010;19(3): 333-338.

Centers for Desiase Control and Prevention [homepage na internet]. Behavioral Risk Factor Surveillance System. [acesso 14 ago 2018]. Disponível em: https://www.cdc.gov/brfss/

Monteiro CA, Florindo AA, Claro RM, Moura EC. Validade de indicadores de atividade física e sedentarismo obtidos por inquérito telefônico. Rev Saúde Pública 2008;42(4):575-81.

Acessar