Resumo

Introdução: A prática de atividade física está ligada a melhoras físicas e mentais que estão diretamente ligadas à saúde, e sabe-se que crianças e adolescentes que possuem o hábito de se exercitarem têm maiores chances de se manterem ativos na fase adulta. Dentre os benefícios pode ser citados a melhora na qualidade do sono, menos dores musculoesqueléticas e maior qualidade de vida. Porém não há estudos que tenham observado a relação entre a continuidade da prática esportiva e melhora desses fatores ao longo da vida. Objetivo: O objetivo do artigo 1 é analisar se a atividade física na infância e adolescência e sua continuidade na vida adulta é associada a qualidade do sono, e menor prevalência de dores musculoesqueléticas na vida adulta. Já no artigo 2, verificar se a uma associação positiva entre a prática de atividade física na infância e adolescência com os domínios da qualidade de vida na vida adulta. Métodos: A amostra foi composta por 576 adultos acima de 18 anos, da cidade de Presidente Prudente - SP, foi dividida em cinco regiões, com as ruas foram selecionadas aleatoriamente. A avaliação da qualidade de vida foi feita pelo questionário SF-36, e á a qualidade do sono foi avaliada pela versão brasileira do Mini Sleep Questionnaire. A avaliação da dor musculoesquelética foi realizada pela versão brasileira do Standardized Nordic Musculoskeletal Questionnaire, em que os sujeitos que apontarem ter sentido dores na região cervical e lombar na semana anterior foram classificados com dores na coluna. Para avaliação da atividade física na vida adulta foi utilizado o questionário de Baecke. Na analise estatística a associação entre a atividade física na infância e adolescência e as variáveis dependentes foram analisadas pelo teste do qui-quadrado. A magnitude das associações foi feita pela regressão logística binária tanto na sua forma não ajustada e ajustada. Para o cluster de atividade física foi considerado o somatório de prática de atividade durante as diferentes fases da vida (infância + adolescência + fase adulta). A relação desse cluster com as variáveis dependentes também foi verificado pela regressão logística binária na sua forma não ajustada e ajustada. Resultados: No artigo 1; adultos que reportaram ter praticado atividade física na infância foram 32% menos propensos a apresentar má qualidade do sono quando comparados àqueles que não praticaram atividade física nesta fase da vida (Odds ratio= 0.68, p<0.05). Adultos que tiveram continuidade da prática de atividade física nas diferentes fases da vida 10 (infância, adolescência e fase adulta) foram 64% menos propensos a apresentar má qualidade do sono quando comparados aos que não tiveram continuidade da prática de atividade física (Odds ratio= 0.36, p<0.01). Adultos que apresentaram má qualidade do sono tiveram 2.6 vezes mais chances de apresentar dor na região cervical quando comparados a adultos que não apresentaram má qualidade do sono (Odds ratio= 2.61, p<0.01). Para o artigo 2; foi observado que de forma geral a prática de atividade física prévia e na vida adulta foi associada a melhor qualidade de vida na população. Destacase o domínio de limitações físicas, onde os mais ativos na infância e adolescência tiveram quase 3 vezes mais chances de ter melhor qualidade de vida. No domínio estado de saúde, atingiu 2.5 vezes mais chances, e também foi relacionada a maiores chances de ter qualidade de vida nos aspectos sociais e em alguns casos com as limitações emocionais. Quando criado os clusters, observou-se que quanto maior o número de fases ativas, maior foram as chances de ter melhor qualidade de vida nos domínios de capacidade funcional, limitação física, estado geral de saúde, aspectos sociais, limitações emocionais e saúde mental. Conclusões: A prática de AF na infância esteve associada á boa qualidade do sono na vida adulta, e ser mais ativo em diferentes períodos da vida foi associado com boa qualidade do sono. A má qualidade do sono foi associada a maiores chances de ter dor cervical. E a prática precoce de forma geral se mostrou relacionada à qualidade de vida na fase adulta, também quando ativo em duas fases de vida distintas, e nos participantes mais ativos em todas as fases da vida relataram melhor qualidade de vida no presente estudo.

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