Resumo

Objetivo: analisar a associação da prática de atividade física com a aptidão física relacionada à saúde em adolescentes que participam e não participam de um programa orientado de atividade física nas escolas municipais da cidade Fortaleza. Métodos: este estudo foi realizado entre agosto e novembro de 2009, com 755 adolescentes, de ambos os sexos, sendo 385 do Programa Segundo Tempo (PST) e 370 do Grupo Controle (GC), com idades entre 10 e 14 anos, oriundos das escolas municipais da cidade de Fortaleza, CE. Foram mensuradas a massa corporal e a estatura para obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC), que foi classificado de acordo com os critérios de Conde & Monteiro (2006). A maturação sexual foi mensurada pelo protocolo de TANNER (2004), utilizando as figuras do desenvolvimento de pelos pubianos, para ambos os sexos. Para avaliação da aptidão física, foram medidas a flexibilidade (SA), resistência abdominal (ABD) e cardiorrespiratória (9MIN) utilizando os pontos de corte estabelecidos pelo PROESP-BR como referência para os níveis desejados para cada variável analisada. Os comportamentos sedentários foram verificados por meio de questionário, o qual investigou o tempo diário despendido em frente à televisão (TV), computador (PC) e/ou videogame (VG). Determinou-se como tempo excessivo de TV, PC e/ou VG, o uso por tempo superior a duas horas diárias (ACP, 2001). Os hábitos alimentares, também foram investigados por meio de um questionário, em que foi questionada a realização das principais refeições e o consumo de alimentos considerados saudáveis e não saudáveis. Para análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva e os testes de Kolmogorov Smirnov, Teste t de Student, ANOVA one-way, Qui-quadrado e Regressão logística binária. Resultados: quanto aos testes motores aplicados, observou-se uma superioridade das meninas no teste SA e dos meninos (p< 0,01) no teste de ABD e 9MIN. Os indivíduos classificados como pós-púberes apresentaram maiores médias para massa, estatura, IMC e no teste de 9MIN. Os adolescentes do PST foram melhores de forma significativa (p = 0,05) no teste de 9MIN. Em relação à classificação nutricional, 16,7% e 3,7%, da amostra total apresentou sobrepeso e obesidade, respectivamente. O baixo peso associou-se de forma significativa com o sexo feminino (p< 0,01). Em relação aos critérios de saúde, os resultados indicaram maior prevalência de meninos (69,1% e 55,6%) e meninas (63,9% e 51,5%) abaixo dos critérios estabelecidos pelo PROESP-BR para indicadores de resistência abdominal e cardiorrespiratória, respectivamente. Por outro lado, encontrou-se uma maior proporção de meninos (78,3%) e meninas (89,0%) que alcançaram os critérios estabelecidos para o teste de flexibilidade. O consumo de alimentos não saudáveis, como bombom (51,3%) e refrigerante (15,8), apresentaram os maiores índices, em ambos os sexos e grupos. A ingestão dos alimentos saudáveis foi considerada baixa, para o consumo semanal de legumes/verduras (32,5%). O comportamento sedentário foi de 79,6% para amostra total, tendo as meninas maior tempo (73,6%) despendido assistindo TV e os meninos (p = 0,05) utilizando PC/VG. Os adolescentes do PST foram mais propensos a atenderem os critérios de saúde e os indivíduos classificados como obesos apresentaram menores chances em alcançar os critérios de saúde. Conclusão: com bases nesses achados, programas desenvolvidos em ambiente escolar devem encorajar os adolescentes à prática diária de atividade física, com orientação. Assim, como a implementação de aulas nutricionais e orientações, quanto às ocupações em momentos de lazer, visando à diminuição do comportamento sedentário

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